segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Sobre as dificuldades

O domingo era de céu azul com sol ameno, desses que tira qualquer energia ruim do corpo. Em um clube do Rio de Janeiro, Pedro estrearia no futebol e aquele acontecimento se tornava um espetáculo aos olhos de seus pais. Câmeras e flashes para todos os lados faziam com que a ansiedade de Pedrinho, de apenas 5 anos já tomasse conta dele.

Durante o jogo todos gritavam seu nome e ele se divertia com os amigos, até que Pedro, depois de muito tentar não conseguia nem se quer tocar na bola. Correndo em direção à sua mãe disse: Mamãe, eu não consigo! É muito difícil. E logo em seguida a mãe respondeu: vai meu filho, você não pode desistir! Corre lá e tenta pegar a bola!

O menino voltou e mesmo sem ter conseguido muitos lances, se sentiu feliz por estar ali, tentando.
Neste final de ano esse episódio me fez refletir e repensar sobre tudo o que aconteceu em 2013 e que sempre vai acontecer em todos os anos. Cada ano, cada dia enfrentamos as dificuldades que a vida nos impõe. E não há nada melhor do que vencer uma batalha, analisar todas as barreiras enfrentadas e pensar: eu consegui! Não há desistência no mundo que pague este sentimento.

Fica então para 2014 a vontade de continuar lutando, vencendo e também perdendo às vezes, mas nunca desistindo.

 
 
Texto de Juliana Granato
 
 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Resenha: Deixe a neve cair

Após ler "Teorema Katherine" confesso que fiquei um pouco desapontada com o tão famoso John Green. O escritor teen mostra que realmente escreve para um público abaixo dos 18 anos. Mas, como não desisto facilmente, insisti um pouco mais e comprei neste natal o novo livro "Deixe a neve cair". E me surpreendi. Diferente de "Teorema Katherine", o qual me senti lendo um livro para adolescentes tímidos que querem viver um grande amor (já passei desta fase), as histórias contadas no novo livro são no mínimo fofas!

O livro reúne três escritores teens que tentam, cada um a sua maneira, não sair dos personagens jovens, que cursam o colégio e descobrem o primeiro amor. Porém, a escrita é rápida e o clima natalino/nevasca/frio, deixa tudo mais bonito e agradável. John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle contam histórias sobre uma mesma noite, na qual uma forte nevasca deixa a cidade sob alerta máximo.

A sinopse do livro começa com: "Na noite de natal, uma inesperada tempestade de neve transforma uma pequena cidade num inusitado refúgio para insuspeitos encontros românticos."
No primeiro conto, "O Expresso Jubileu", de Maureen Johnson, uma jovem fica presa em um trem a caminho da casa de seus avós. Não querendo passar o natal presa com um grupo irritante de cheerleaders, Jubilee vai para uma Wafle House perto de onde seu trem parou e lá ela conhece Stuart que, vendo como o seu Natal estava arruinado, a convida para ficar na sua casa. A Jubilee é bem construída e engraçada. Um dos melhores contos. A escrita é clara, rápida e leve. Típico texto adolescente com um certo charme!

No segundo, do famoso John Green, "O Milagre da Torcida de Natal", o personagem Tobin estava pretendo passar a noite de natal em casa com seus amigos JP e Duke (a famosa menina ignorada e considerada um moleque para os dois) assistindo uma maratona de James Bond, já que seus pais ficaram presos fora da cidade por causa da nevasca. Mas um amigo deles, que trabalha na Wafle House da cidade, liga falando que um grupo de cheerleaders iam ficar a noite toda lá já que o trem delas ficou preso por causa da neve. Com os hormônios gritando, Tobin e JP começam a correr quando escutam a palavra cheerleaders e acabaram convencendo Duke a ir junto. Mas com toda aquela neve lá fora, conseguir chegar lá primeiro e sobreviver ao caminho ia ser uma grande aventura. Uma aventura com altos e baixos, mas definitivamente melhor que os outros livros dele.

Foto: Site "Just Carol"

O último conto, de Lauren Myracle, "O Santo Padroeiro dos Porcos" traz Addie. Uma menina que cometeu um erro e terminou o namoro com Jeb, mesmo ainda o amando muito. A fim de concertar as coisas ela manda um e-mail para ele pedindo que a encontrasse no Starbucks. Mas depois de esperar por duas horas e ele não aparecer, Addie entra em crise que estraga o seu Natal. E tudo complica ainda mais quando ela se compromete a pegar Gabriel.

O melhor do livro é a maneira bem bolada como as histórias e os personagens se cruzam. Os nomes, os lugares e os relacionamentos vão sendo montados e sendo intercalados entre os contos. O final foi muito bom com a cena em que os principais dos três contos se encontram no Starbucks e ... brincadeira!! Nada de spoilers aqui!!

Mas para finalizar: "Deixe a neve cair" é um bom livro, mas que não acrescenta nada além de romances adolescentes e beijos tímidos.

Nota final: ** (2 estrelas)


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Um novo olhar natalino

As luzes eram fracas e singelas, mas mostravam que o início da noite estava chegando. O ar era abafado e quente, como os tímidos sorrisos que estampavam os rostos. Pequenos enfeites tomaram o espaço do ambiente. E a vida pareceu seguir uma direção diferente da normal. 

Os dias agitados, cheios de "olá"s rápidos no elevador e sorrisos cansados da intensa rotina de trabalho, resolveram tirar folga e deixaram no lugar olhares bondosos, andares calmos e desejos sinceros. 

A sala estava preenchidas por uma agitação normal aos jantares em família. Será que a comida está boa?! E a hora?! Será melhor abrir o vinho?! Em meio a inúmeras perguntas, a dúvida foi quebrada por um som! A campainha apresentava os convidados e o local ia ganhando um clima natalino. Após o jantar, os presentes e os doces, resolvemos caminhar até a varanda e olhar a noite. Naquele momento, com as pequenas luzes de natal da varanda, a árvore do Shopping ao fundo mudando de cor e o leve frescor do vento noturno, eu senti algo que não lembrava de ter sentido em outros natais: uma paz genuína e um amor tranquilo! Daqueles que se tem pela sua família e pelas pessoas que tornaram você a pessoa que você é hoje! Naquele momento, mesmo que por apenas 5 segundos, senti a verdadeira mensagem do Natal! Uma mensagem que eu espero que continue ao longo dos anos e
perpetue entre todos!

Escrevo esse texto, não porque hoje é Natal, mas porque durante muitos anos, quando eu era criança, imaginava que a melhor parte desta data era ganhar presentes e comer doces. Algo normal, crianças gostam de presentes e doces! Porém, em 2013 percebi que apenas a maturidade nos faz ver o real sentido de tudo isso! Não são os presentes, bons ou ruins, nem a comilança desenfreada, mas sim a preparação da mesa, os enfeites vermelho e verde espalhados pela casa e, principalmente, o sentimento de carinho entre os familiares. Mas se não ficarmos atentos, nos rendemos as compras, gastos e interesses, e assim, até mesmo o Natal vira uma obrigação, cheia de correrias e preocupações, quando na verdade, a magia do natal é observar os pequenos detalhes que fazem dessa data algo tão especial!  

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Maktub

E mesmo depois que você foi embora, seu perfume ainda estava em mim! Cada passo para casa era a lembrança dos beijos e sussurros. As promessas não cumpridas arranhavam meus ouvidos e destruíam meus anseios. Mas era inevitável. 

Quando te via, lá de longe, seu olhar me cativava. Sempre alegre e com ar de otimismo, era o que eu precisava naquele momento da minha vida. 

Era mais uma vez uma jogada do destino. Por algum motivo, nossos caminhos tinham que se cruzar desse jeito meio torto, meio louco. Você lá e eu aqui, dois mundos completamente diferentes que de alguma forma estavam se encaixando.


Texto de Juliana Granato


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Resenha: Como eu era antes de você

Nunca me considerei uma romântica assídua, daquelas que acha qualquer frase de amor bonita, mas se tratando de livro, posso dizer que sou adepta, até demais aos romances.

A resenha de hoje é de um livro que eu amei e aconselho a leitura. "Como eu era antes de você" fala não só de amor, como de carinho, compreensão e principalmente de esperança.

A autora de "A última carta de amor", que eu não li, esteve na lista dos livros mais vendidos nos Estados Unidos e na Inglaterra. e virou até roteiro de filme. Pensando nisso, resolvi através de indicação de uma amiga comprar seu segundo livro "Como eu era antes de você".

A personagem principal é Louisa Clark, uma mulher de 26 anos, que não tem muitas ambições, na verdade quase nenhuma! Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha em um pequeno café de uma cidade meio do interior que, apesar de não pagar muito, ajuda nas despesas. E namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe muito. Uma vida mais monótona impossível!

Porém, quando o café fecha as portas, Lou se vê obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, depois de tentar algumas ideias fracassadas, a ex-garçonete consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Mas não de um homem qualquer! Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e principalmente, mal-humorado. Após um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto e planeja dar um fim ao seu sofrimento de estar preso a uma cadeira de rodas. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro.

Saindo do piegas de um casal que não tem nada a ver, mas se ama; o livro traz um romance cheio de altos e baixos, brigas e carinhos. Mas, principalmente, de compreensão e apoio mútuo. Ele com o tempo passa a entender que Lou tem medo de se aventurar e a incentiva a viver mais livremente. Ela, percebendo o quanto é doloroso para ele ficar limitado a cadeira, começa a pensar em alternativas que o façam feliz. Uma história sem amassos, pegações e coisas do gênero, mas que com certeza, faz você largar o livro com um suspiro e lágrimas nos olhos!!

Ficou curioso?! Então corre pra livraria! Vale muito a pena!!

Nota final: ***** (5 estrelas)


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O Romance do Metrô

O fim de tarde chegou e junto com ele o cansaço. Algumas reclamações não feitas zuniam em minha mente como pequenos insetos que atormentam sem parar. Entrei na fila para comprar o cartão do metrô e comecei a reclamar baixinho porque as pessoas eram lentas e iria perder o trem. Quando simplesmente ouvi risos e frases soltas. Olhei para o lado e lá estavam eles. Um casal, como outro qualquer, separados pela grade do metro. Ele de um lado da catraca e ela segurando um bebê no colo do outro. Ela aproximou a criança e ele beijou sua testa delicadamente, como se por mais alguns minutos pudesse guardar o cheiro do filho. Ela abriu um sorriso de admiração e de orgulho. Aquela era a sua família e eles se amavam. Isso era mais que claro! Parecia exalar como um perfume o carinho mútuo entre todos os três. Ou eram quatro?!

A mão daquele homem deslizou suave sobre barriga da sua mulher que riu ainda mais. O barulho do trilho avisava que era hora de partir. Ele olhou com aqueles olhos de quem não quer algo mas deve fazer e deu um último sorriso. Ela aproximou o rosto da grade e eles se beijaram. Ele já estava indo embora e ela também, quando algo a impediu. Ela voltou e gritou, meio tímida meio corajosa: "Eu te amo!". 

E eu? Fiquei ali em meio a tudo aquilo olhando. Assim que passei da catraca vi que ele subia as escada correndo. Não aguentei de curiosidade e fiquei ali admirando aquela cena fascinada, como se estivesse em um filme da década de 40/50, onde as mocinhas iam até a estação de trem para se despedir dos namorados, noivos e maridos que iam para a guerra. Uma coisa lúdica, romântica e singela. Ele olhou para ela e disse: "Eu também!". Eles riram como dois adolescentes que se declaravam pela primeira vez. E então seguiram seus caminhos.


Não sei quem são nem muito menos se iriam se separar por horas, dias ou meses. Só sei que durante pouco mais de 5 minutos, as reclamações, preocupações e problemas viraram apenas lembranças e aquele sentimento puro tomou conta do lugar. Na minha mente, chamo eles de "O Romance do Metrô", até porque, em muitos anos de idas e vindas pelo subterrâneo, nunca me deparei com algo puro e romântico assim. Se você quer saber, fui para casa mais feliz, como se eu tivesse restaurado a fé no amor entre as pessoas, no carinho e no respeito.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Atordoado

Uma via expressa onde carros passavam em alta velocidade, um por cima do outro, buzinando infinitamente. Assim era sua cabeça naquele momento. Estava no meio de uma encruzilhada com várias opções de seguir. Qual seria a entrada correta? E se não pudesse voltar atrás para refazer o caminho? As escolhas nunca foram o seu forte, e de uns tempos pra cá isso só estava piorando.
Agora ele tinha que tomar muitas decisões e, por consequência, fazer renuncias. Ele sempre soubera lidar bem com sua realidade, mas haviam lhe tirado o chão e, de repente, não suportava não conseguir seus objetivos, mesmo que ínfimos.

Se perguntava o tempo todo o que acontecia e buscava explicações exteriores para seus problemas. Estava vivendo o processo contrário, indo contra a corrente. Envelhecia com atitudes infantis. Atitudes adolescentes tomavam conta do seu ser e ele sabia disso, mas, novamente, não sabia lidar. Talvez tivesse sido maduro demais em momentos que não foram tão necessários.

Depois de tantas conversas, já sabia exatamente o que fazer, mas o medo lhe consumia e estava o dominando.

Agora ele precisava buscar a coragem nos confins do seu interior e trazê-la à tona. Ele se cobrava e o mundo a cobrava. Cada pedaço seu já estava sendo apagado. Estava decidido que iria pegar o impulso para enfrentar a vida: só precisava começar.



Texto de Juliana Granato


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Resenha: A vingança veste Prada

O livro da vez é a continuação de "O diabo veste Prada". Depois de chegar as telonas com duas ótimas atrizes (Meryl Streep e Anne Hathaway) e uma direção ágil e engraçada, a escritora ganhou a boca do povo. Mas sinto lhe dizer que a continuação não capta muito bem o espírito da coisa.

Com uma pitada de romance e personagens carismáticos, sejam os bonzinhos como Andy ou os vilões como Miranda, o livro começa muito bem, mas perde a sua força no meio. 

A história é a seguinte: dez anos após largar o seu emprego como assistente da poderosa e cruel Miranda Priestly, na Runaway, Andrea Sachs muda de vida. Noiva de um dos homens mais bonitos e cobiçados de NY, ela não se preocupa mais em providenciar tudo aquilo que a cruel chefe lhe exigia e sim em administrar sua nova revista especializada em registrar os mais glamourosos casamentos, The Plunge. Junto com Emily, sua ex-colega da Runway, os negócios estão de vento em popa e a revista só cresce. Mas quando tudo parece estar em ordem, um fantasma do passado (ou seria um diabo?) aparece para assombrá-la novamente.


Diferentemente do volume anterior, "A vingança veste Prada" é narrado em terceira pessoa e tem foco total na protagonista e em seus dilemas. O livro nos traz a continuação de um dos mais aclamados best-sellers do New York Times, publicado em mais de trinta países, mas não traz a história maravilhosa que os fãs esperam. Boa, mas não maravilhosa!


A maioria das mulheres vai simpatizar com Andrea bem mais que no livro anterior. Ela parece mais humana e menos submissa e lesada, bem mais forte como esperávamos. Já a famosa e chiquérrima "diaba", Miranda... sua aparição é bem pequena. E como toda vilã, esperávamos mais maldades, que não chegaram nem no final. Os personagens secundários dão uma ajuda apimentando um pouco mais as relações e mostrando problemas, dilemas e soluções práticas, típicas da nova Andrea.

Ou seja... poderia ter sido melhor, mas não é uma perda de tempo! Serve, e muito bem, para ajudar a relaxar nas férias e distrair da vida. Aconselho para aquelas que gostaram do primeiro livro/filme e simpatizaram desde o inicio com Andrea. Um bom passatempo. 

Nota final: ***(3 estrelas)


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Vá... mas deixe as lembranças!

Você foi embora sem nem ao menos olhar para trás. Sem se despedir ou me mostrar o porquê.
Você deixou não apenas a lembrança. Isso seria pouco. O que ficou foi o seu cheiro, o seu toque e principalmente esse vazio que, só depois eu percebi, era a falta. Essa ficou forte e parece que não me larga mais.

A cama, se você quer saber, ficou da maneira que não deveria ter ficado: bagunçada e vazia. As histórias e fotografias agora não serão mais repletas de sorrisos e abraços. As paisagens ainda estão lá, nós é que não estamos para apreciá-las.

A vida passa, a dor da sua perda também...
Isso eu já sei, todos me dizem. Aquela velha história do tempo e sua cura.

Mas e a lembrança? Essa fica não é? Diz que sim!
Afinal se não posso ter você...que eu possa ter apenas um pouco da marca que você deixou em mim.


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Letícia

Ela vê a vida em preto e branco. Fica largada a esmo, sem rumo ou objetivo. Ao mesmo tempo em que quer se libertar e ser jovem, se prende. Ela quer se mostrar e dizer que é daquele jeito, independente de quem goste. Ela tem quem goste. Não liga para as cobranças da família, ou melhor, finge que elas não existem. Essas são as que mais a atordoam. Não a família mais próxima, mas aquela, que está sempre ali pra cobrar, pelas costas ou pela frente. Ela cansou de ser comparada, e a cada encontro se deparar com uma alfinetada. Ao contrário do significado de seu nome, não vive em alegria plena. Oscila entre dias de muita felicidade e de depressão.


Texto de Juliana Granato

sábado, 7 de dezembro de 2013

DC: Teatro para Todos

O Dica Cultural de hoje não traz um espetáculo, um bom filme ou uma dica de livro para o final de semana. O EscritAleatória traz algo ainda melhor: desconto!

A campanha Teatro para Todos chega ao seu 11 edição consecutiva. Esse ano serão 52 espetáculos e 73 mil ingressos com preços populares. Isso quer dizer, de R$ 5,00 a R$ 35,00. E o melhor?! Espetáculos como "Cazuza- Pro Dia Nascer Feliz", "Elis- a Musical" e o concorrido "Incêndios", com Marieta Severo, estão na programação.

“11 anos e cada vez mais a campanha da APTR se caracteriza como um dos principais calendários culturais do Rio de Janeiro. Tanto os produtores quanto o público esperam ansiosos a chegada do Teatro Para Todos, que acaba sendo o Papai Noel teatral. É muito bom saber que a campanha Teatro para Todos conquistou a credibilidade do cidadão e dos artistas cariocas”, diz Eduardo Barata presidente da Associação dos Produtores de Teatro.

As bilheterias estão situadas nos principais pontos do metrô: Carioca, Cinelândia, Siqueira Campos e Saens Peña. As vendas começam às 8h e acabam às. 20h. As vendas também podem ser feitas pelo telefone ou pela internet! Mas corra porque os ingressos estão acabando muito rápido. A campanha fica até o dia 22 de dezembro.

Mas preste atenção: para não ter venda de cambista ou monopólio de ingressos, a coordenação da campanha disponibiliza apenas 4 ingressos por Cpf e apenas na semana do espetáculo!

Para mais informações: http://www.teatroparatodos.com.br/




quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Resenha: O tempo entre costuras

Antes de começar a resenha, acho importante deixar algo bem claro: gosto, e muito, de romances! Não daqueles mal escritos com personagens rasos (não vamos citar nomes para não criar discórdia). Aqui você vai encontrar pequenas resenhas, afinal, não quero contar todo o livro porque perde a graça. Gosto de romances, daqueles que envolvem a gente da sinopse ao ponto final. Daqueles que vão, pouco a pouco, desvendando os personagens, suas histórias e angústias. Gosto de suspense, misturado com beijos e fugas. E principalmente, não gosto de livros "modinha", aqueles que todo mundo já leu e já comentou!

Agora que você já me conhece... podemos começar!

Escolhi um dos meus livros preferidos, daqueles que você recomenda para todos os amigos, familiares e até desconhecidos. "O tempo entre costuras", da espanhola e doutora em letras Maria Dueñas merece ser lido e relido. 

Com um texto ágil, com muitos momentos tensos e bem escrito, o livro envolve você em uma trama sem igual. Digo isso pois queria ler em qualquer lugar, em casa, no ônibus, na academia, na praia... Contado na primeira pessoa, você passa a conhecer, desde as primeiras linhas,Sira Quiroga, uma espanhola que desiste de viver em Madri em busca de uma vida mais dinâmica e diferente da de costureira que tinha com sua mãe. Essa parte do livro é para ser deliciada, pois a autora conseguiu captar muito bem a atmosfera das ruas madrilenhas, afinal ela é de lá! Após essa decisão, Sira sai em busca de uma nova história de amor em Marrocos com um homem que conhece a pouco tempo. Ramiro é um homem aventureiro e mau-caráter que quer apenas glamour e, é claro, o dinheiro de Sira. Após ser abandonada, Sira se vê perdida e com todas as dividas de Marrocos sobre seus ombros. Mas você pensa que ela ficou chorando, tipo mocinha de filme da década de 40? Não mesmo! E isso é o que eu mais gosto da história. Sira não só da a volta por cima, como o faz, com muita classe. Dividido em quatro partes, o livro mostra o amadurecimento e as reviravoltas da protagonista ao longo dos anos e dos lugares que frequentou. 

Um dos pontos altos do livro é o fato da autora passear pela história mundial, afinal, poucos meses antes da Guerra Civil Espanhola eclodir, ela escapa para o Marrocos. E quando se vê abandonada no país, recebe a notícia do começo da Segunda Guerra Mundial. Sem pensar muito, Sira mergulha de corpo e alma em um novo mundo, repleto de espiões, impostores e fugitivos.

Em 2009, Maria Dueñas entrou para o mundo da literatura com o romance que se converteu no grande sucesso editorial dos últimos anos. As vendas superam um milhão de exemplares. Seus direitos foram cedidos para traduções a mais de vinte e cinco línguas e vai virar um romance na tv (veja o vídeo)

Ficou curioso?! Então corre pra livraria! Vale muito a pena!!

Nota final: ***** (5 estrelas)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Uma vingança desigual

Pensei em escrever sobre outros assuntos diversos que perpetuam minha mente, mas não consegui resistir e tive que colocar em palavras os meus ideais sobre aplicativos como o Lulu/Tubby.

Como diria a minha querida avó, vamos começar do começo!

A primeira pergunta que quero fazer, desde que soube dessas "novidades", é: Quem disse para essas pessoas que criaram os aplicativos que elas são originais? Desde que o mundo é mundo, as mulheres fazem reuniões em bares e restaurantes para comentar da vida, incluindo é claro, o papo sobre os homens. Assim como os "machos de plantão" falam das pernas da secretária, da mulher da night ou da irmã gata do amigo. Esses aplicativos não trazem NADA de novo! Logo não vejo porque a euforia sobre o assunto. Mas o assunto não morreu em algumas semanas, como o esperado. Pelo contrário, ele continua perpetuando as redes sociais e os sites de notícia.  Então vamos ao que interessa!

Originalidades à parte, o objetivo desse texto é deixar uma coisa bem clara: O Tubby não é uma vingança masculina do Lulu! Ou então essa balança de igualdade está bem desregulada! 

O Tubby nada mais é que uma visão machista, que sempre classificou as mulheres como objetos sexuais, em forma de aplicativo tecnológico. Diferente do Lulu, que classifica os homens de acordo com vários aspectos, como educação, humor, ambição e primeiro beijo, o Tubby resolveu simplificar e avaliar as mulheres sob um único aspecto: o sexo. Desde quando dizer que um homem é mimado pela mãe é o mesmo de espalhar para todo o Facebook que a mulher, como o aplicativo mesmo promete, #engoletudo.

(Coloquei a foto do filme "E aí...comeu?" porque me passa exatamente essa ideia. Um filme onde os homens sentam no bar para falar de mulheres, claro que sob o olhar sexual, como um Tubby ao vivo no buteco!)

As feministas de plantão devem estar enlouquecidas, e com toda razão! Durante anos, lutaram por igualdade, por uma visão real da mulher e agora recebem em troca um aplicativo que não se importa com nenhum requisito além do sexo. E não estamos falando do sexo engraçadinho, romântico ou divertido, como #aparadinho, #safadonamedidacerta, mas sim do sexo escrachado, com o #curtetapas.

Não sabe como funciona o Lulu: confere esse infográfico do site dos comunicadores!

E a minha defesa não é sem fundamento. De acordo com o texto do Felipe Pacheco (que coloquei no final da matéria): "Existe até uma política do Lulu de, em coisas relacionadas ao sexo, ele fala bem, mas não fala mal. Tanto que #TrêsPernas existe e o #NãoFazNemCócegas já saiu na última revisão porque viram que não tinha a cara do aplicativo." Ou seja, quando o Lulu fala de sexo ele apenas deixa o homem mais orgulhoso do tamanho do seu pênis ou de como ele é bom de cama. Se o Tubby tivesse essa política até acho que algumas mulheres gostariam de saber como são na cama, mas não. O aplicativo masculino classifica o sexo da maneira mais escrachada e possível, dando hashtagas boas e ruins.


Continuo sendo oldschool, do tempo da vovó ou o que seja. Para mim, sexo bom é aquele feito entre quatro paredes, não com todo o seu Facebook. Quem precisa saber o que se passa na hora é apenas você e o seu parceiro(a). Vamos parar com esse vício das redes sociais e deixar pelo menos o sexo fora disso!

Deixo aqui um texto maravilhoso do Felipe Pacheco, publicado no Blogueiras Feministas, que reforça a minha visão. Vale a pena a leitura: http://revistaforum.com.br/blog/2013/12/esse-texto-nao-e-sobre-o-lulu-e-o-tubby/


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Felicitá

Felicidade cada um sabe da sua. Felicidade é viajar várias vezes ao ano para fora do Brasil, ser um mega empresário, colocar os filhos nas melhores escolas e depois os netos. É morar em apartamentos de luxo e ter aquela casa de praia. É frequentar as festas da alta sociedade e sair em coluna social.

Felicidade maior é ser herdeiro disso tudo. Felicidade plena é descobrir que nada disso foi algum dia felicidade e resolver abandonar tudo. É ter vontade de alcançar tudo com suas próprias pernas, com seu próprio suor. Felicidade é ter que suportar a dor, enfrentar os medos.

Freud já dizia que a felicidade mesmo é impossível de ser alcançada. Vivemos nossa vida em busca dela, somos movidos por isso, embora nossa busca seja fadada ao fracasso. O mundo real não satisfaz todos os nossos desejos. Mas enquanto isso, vamos vivendo com a nossa felicidade parcial.

Texto de Juliana Granato


sábado, 30 de novembro de 2013

DC: Sexo, Drogas e Rock n' Roll


Após quatro anos longe dos palcos, Bruno Mazzeo volta com tudo! Vencedor do prêmio Fita 2013 como melhor ator pelo monólogo "Sexo, Drogas e Rock n Roll", o ator e comediante encara seis personagens distintos. O cenário minimalista, simples e bem elaborado dá espaço para a apresentação  firme e consistente do ator.

O texto, escrito pelo americano Eric Bogosian, tem direção de Vitor Garcia Peralta. Desde um rockstar narcisista até um artista em crise, Mazzeo faz a platéia rir e ao mesmo tempo refletir sobre o mundo da fama, música e das drogas! Com frases rápidas e um pensamento ágil, os personagens vão surgindo e trocando de tempos em tempos. A troca fica perceptível pelo simples modo de falar e gesticular do comediante, já que a roupa é a mesma durante todo o espetáculo!
 
Vale a pena conferir!

Pontuação: **** (4 estrelas)

Confira abaixo o serviço para você que ficou curioso:

Teatro do Leblon
Sexta e sábado, às 23h
+14 anos
Em cartaz até 22 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Filosofia de princesa Disney...Até quando?!

Esse final de semana, resolvi assistir o tão esperado e comentado filme Thor 2. Deixando de lado as críticas cinematográficas, o filme, para um enredo raso e simples de um homem que luta contra o mal, é até bem bacana! Cenas produzidas, ideias diferentes e consegue o essencial: prender a atenção. Porém, em meio a todo aquele caos de brigas, elfos negros e homens musculosos, algo me incomodou e muito! Quase encrostado entre os pensamentos da sociedade, que mais parecem rochas fixas e imóveis, lá estava a bendita ideia, perpetuada por todos os 300 filmes da Disney, da princesa indefesa! (Sim rimou!) 

Até quando essa filosofia de princesa Disney, delicada, sensível, fraca e, principalmente, incapaz, vai perpetuar como algo normal?! Alô, século 21! Enquanto a companheira de brigas e batalhas do protagonista Thor, Sif, o protegia de todo o mal, ele estava mais preocupado com a chata da Jane Foster. Nada contra a Natalie Portman, pelo contrário, ela é linda, uma ótima atriz e estava perfeita no papel que lhe foi dado: a da cientista insegura, chata, dependente e, principalmente, incapaz de se defender sem o Thor. Sei que quando não rola química não tem como, então o Thor ia acabar com a Jane. Mas, não conseguia me concentrar no filme sem ficar pensando na personagem da Jaimie Alexander. Ela é bonita, sexy, segura, inteligente, companheira e tudo mais que os homens dizem esperar de uma mulher, e terminou... esquecida.  

Toda essa minha "análise" pode parecer uma coisa ridícula para os amantes dos quadrinhos, afinal, ela não é uma personagem principal. Contudo vejo uma grande diferença entre o discurso real das mulheres e o imaginário perpetuado nos filmes, livros e desenhos. 

O rádio toca "Girl on Fire", todas as mulheres cantam com louvor; a novela mostra uma mulher em um cargo de poder e todas ficamos felizes e realizadas como se a luta de nossas mães, tias e avós, quando queimaram sutiãs, tivesse dado resultado. Mas quando nos deparamos com uma mocinha indefesa que é salva do mal por um homem forte, bonito e a personificação do brutamonte (afinal ele bate nos outros com um martelo, não uma espada), achamos normal, bonito, e até deixamos sair uns suspiros de satisfação. Como se a história da bela adormecida chegasse ao século 21. Uma mulher bonita, inteligente, mas completamente indefesa e dependente encontra seu príncipe (sim, Thor também é filho do rei) que vai salvá-la de todo o mal!

Não digo para ignorarmos os homens e vivermos sozinhas, isso é o extremo do feminismo e não acho natural e saudável, afinal, ter relacionamentos amorosos faz parte da vida do ser humano! Companheirismo, carinho e amor precisam existir em toda e qualquer relação, mas as mulheres podem, e devem, ser retratadas como pessoas fortes e capazes!

Definitivamente, depois desse desabafo texto, acho que o problema deve ser comigo. Desde pequena nunca gostei de princesas tradicionais que usavam longos e esvoaçantes vestidos. Boa mesmo era a Mulan, que cortava o cabelo e ia para a guerra, mas que tinha suas fraquezas e ainda terminava com um homem romântico e carinhoso ao seu lado.

Acho que deveríamos ser menos bela adormecida e mais Mulan! Amar e ser amado, sem precisar vestir a roupa de princesa e depender do outro para tudo. Vamos dar valor às lutas conquistadas por outras mulheres e perceber até onde podemos fazer um charme, pedir uma ajuda, e até onde estamos simplesmente na torre de um castelo!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Não mais que de repente

De repente você surgiu e aos poucos foi tomando seu espaço. Inicialmente uma amizade despretensiosa, sem muita confiança. Mas no decorrer do tempo, a vida foi nos levando para um único destino. E, para uma insegura desacreditada na vida, você surgiu como um presente. Quando o mundo fugiu você se mostrou, de coração aberto. Sem obrigação, estava disposto a ouvir problemas de vidas passadas e ajudar nos momentos em que precisei.

O surpreendente é a paciência e a entrega que tem quando está comigo. Como se estivéssemos num mundo nosso, sem hora, sem preocupações, como se as nossas quase 24 horas de prosa parecessem ser apenas uma. Com esse jeito cativante você me conquistou. Quando me dei conta, você se tinha se tornado uma das pessoas mais importantes da minha vida. 






Texto de Juliana Granato

sábado, 23 de novembro de 2013

DC: Sonhos de um Sedutor

O grande sucesso dos cinemas da década de 70, "Play it Again, Sam", trouxe o famoso diretor Woody Allen  no papel de Allan Felix, um crítico de cinema abandonado pela mulher. Com conselhos de seu melhor amigo Dick e sua mulher, Linda, o "nerd" caricaturesco, sobe aos palcos do Teatro Ipanema para divertir o público. Como uma bela e moldada "cópia" de Woody Allen, o ator George Sauma mostra para o que veio. Com piadas bem feitas e com trejeitos típicos de um homem inseguro e abandonado pela mulher, a peça "Sonhos de um Sedutor" vale o ingresso!
 
O clima da montagem mostra que a direção ficou nas mãos de Ernesto Piccolo, responsável por outras peças bem-humoradas e rápidas, como "A História de Nós 2" e "Doidas e Santas". A versão brasileira do clássico americano traz temas típicos aos filmes feitos, dirigidos ou interpretados por Woody Allen: ironia sobre os sentimentos e comportamentos humanos, personagens neurótico, subversão dos “finais românticos felizes”, referência constante ao “analista” e homenagens aos clássicos do cinema.

Entre uma dose de aspirinas e outra, Allan Felix é visitado pelo casal de amigos Dick, interpretado por Heitor Martinez e Linda, vivida por Luana Piovani, que tenta lhe apresentar novas garotas em encontros desastrosos, enquanto um imaginário Humphrey Bogart lhe dá conselhos sobre como tratar as mulheres. Allan acaba se aproximando de Linda, com quem compartilha afinidades o que a leva a uma tensão ainda maior pela culpa em relação ao amigo.

Vale a pena a conferida, principalmente para os amantes de Woody Allen. George Sauma está o próprio Allen, na maneira de mexer nos óculos, a maneira como gesticula, como fala pausadamente, mas ao mesmo tempo, sem respirar e principalmente, como se mostra "nerd", inseguro e caricaturesco!

Pontuação : ***** (5 estrelas)

Confira abaixo o serviço para você que ficou curioso:

Teatro Ipanema
Quinta a sábado, às 21h e domingo, às 20h
+ Livre
Em cartaz até 15 de dezembro.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O corpo é meu e a imagem também!

Durante anos, as mulheres lutaram por liberdade. Uma luta por liberdade de opinião, de expressão e, principalmente, de prazer. Em pleno século 21, ainda nos chocamos ao ver na tv e nos jornais casos como o da Júlia Rebeca. A adolescente de 17 anos morava no litoral do Piauí e, depois de ter um vídeo íntimo compartilhado pelo celular, caiu em depressão e se suicidou.

E então surgem as perguntas... Como um homem pode tratar um término de namoro de uma maneira tão pavorosa? Que mundo é esse no qual a confiança no outro é quebrada assim de uma hora para outra?

Uma menina, que como inúmeras outras em todo o mundo, se apaixonou, achou que podia confiar naquele homem que participava das reuniões de família, e que, por algum motivo (seja ele qual for), resolveu terminar o relacionamento. Um homem que lhe tratava como uma princesa, agora passa para o mundo, posta na internet e faz questão de se vangloriar de uma imagem errada e distorcida da realidade. Um homem egoísta, machista e imbecil!

E o pior? Esse tipo de pensamento parece brotar de algumas mentes pequenas. Nas reportagens sobre casos de pornografia de revanche, comentários indigestos surgem no fim da página. "Ela é a culpada!" ou "ela quis filmar, agora aguenta!". Não vamos ser pudicos e ignorantes, a culpa não é das "Júlias". As mulheres têm desejos, como todo homem. Têm vontades, como qualquer ser humano. E, a todo momento, procuram inovar na cama para não cair na rotina. O mercado dos sex shops cresce a todo momento, as revistas femininas estampam na capa maneiras de agradar ao seu homem, e as masculinas a imagem da mulher perfeita. Vontades que começam como brincadeiras entre quatro paredes, entre duas pessoas que se gostam, acabam com adolescentes deprimidas e humilhadas por homens que não merecem essa denominação.

Casos como o de Júlia estampam capas de jornais brasileiros e estrangeiros. Até quando a mulher vai ser reprimida e humilhada dessa maneira? Até quando a mulher vai ter que reprimir suas vontades, seu prazer e seu gozo porque não podem confiar no homem que está ao seu lado? Até quando as autoridades vão se calar?

Antes de ser o famoso jogador de futebol e o atual deputado federal, Romário falou com pai de quatro filhas e principalmente, como homem. O deputado apresentou, no último dia 23 de outubro, um projeto de lei que transforma em crime a divulgação indevida de material íntimo.

"Nossa sociedade costuma julgar as mulheres. É como se o sexo denegrisse a honra delas. Os comentários machistas não vêm só dos homens, muitas mulheres criticam as vítimas também. O criminoso se aproveita da vulnerabilidade gerada pela confiança da pessoa" - diz o deputado em entrevista para a revista Marie Claire.

Deixo aqui a reportagem que merece, e muito, ser lida.: http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2013/11/pornografia-de-revanche-nossa-sociedade-julga-mulheres-como-se-o-sexo-denegrisse-honra-diz-romario.html




segunda-feira, 18 de novembro de 2013

De hoje em diante


Era um sábado à tarde e chovia um pouco quando Larissa estudava para uma prova que teria na semana seguinte. Sua vida andava assim, meio em maré alta, dessas que fica até complicado mergulhar no mar.

De repente, aquele estudo meio chato lhe deu uma luz. Quando ela se deparou com o artigo 5º da Constituição Brasileira. “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude da lei”. 

Era isso! Dizer não aos outros para dizer sim a si mesma. Não ia mais sair com esses carinhas infantis que encontra por ai. Não ia dizer sempre sim para as pessoas, só para não magoá-las. Não ia mais dizer não para muitas das vontades que reprimia. Não ia mais se preocupar com que não se preocupava com ela, como diz Caetano, só ia gostar de quem gostasse dela. E a partir daquele dia então, começou a planejar todos os seus anseios, principalmente aqueles que julgava serem os mais difíceis.



Texto de Juliana Granato




quarta-feira, 13 de novembro de 2013

E o vento levou...

Esperava o dia amanhecer para sentir sua presença. Durante muitos anos, fiquei de longe apenas observando o seu andar e passeando por seus lindos vestidos. Quando finalmente ela me deixou entrar, pude sentir sua pele lisa, delicada e quente. Não tanto como eu podia ser para ela. Não quero me gabar, mas ela sempre dizia isso, que eu era quente até demais. E que eu podia tentar maneirar um pouco. "Um friozinho às vezes faz bem", me dizia ela.

Alguns dias ela parecia gostar de mim. Me dava atenção, ria quando sentia que eu estava por perto e quando eu finalmente a tocava, ela se arrepiava com a minha presença. Em outros, ela parecia mais séria, como se suas preocupações fossem mais importantes. Como se eu fosse, simplesmente... invisível. Sim, essa é a palavra: invisível. Mesmo gostando muito daquela menina, sabia que algo dentro dela era solitário. Quando eu estava muito agitado, ela fechava os olhos como se a minha pressa não interferisse o seu andar. Tentava chamar a atenção e mostrar que outros na rua me notavam, mas ela nada.

Como já diziam os poetas e escritores, quando nós amamos, devemos querer o outro feliz, mesmo que isso cause em nós uma certa tristeza. E eu, há muito tempo, já sentia ela distante, como se escorregasse pouco a pouco.

Passei por longas praças, parei perto da praia e me refresquei com a maresia. E a vi, lá ao longe, com um de seus vestidos sentada em um banco. Sozinha como sempre. Não queria isso! Resolvi que iria mudar aquela situação e que, assim como eu sempre fui, deixaria ela livre. Fui até ela o mais rápido que pude, mas parei. Ela colocou a mão nos olhos e ao tirar eu não estava mais ali. Tinha deixado o chão coberto de rosas e ela entendeu, com um pequeno sorriso, que poderia viver sua vida, mas que eu sempre estaria ali, para passear por seu vestido e sentir o calor de sua pele.



"Os ventos que às vezes tiram
algo que amamos, são os
mesmos que trazem algo que
aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar
pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi
dado. Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai
para sempre..."  - Bob Marley

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Renato

Desde que você apareceu tudo mudou. Assim como o significado do seu nome, minha vida renasceu, renovou. Nenhum, de todos os homens que conheci nas noites por aí, conseguem chegar aos seus pés. Com você me sinto segura, protegida, me sinto eu mesma, não preciso fingir qualquer coisa.

Estar com você é querer andar de mãos dadas, é ir ao cinema ver os filmes mais bizarros e achá-los engraçados. É passear com o cachorro mesmo sem conseguir segurá-lo por causa de seu tamanho e força. É chegar na sua casa e ter aquela comida especial que você preparou pra mim. É ficar enrolada em um dia chuvoso de frio, é tomar aquele chopp gelado no calor do verão do Rio. É ter sua companhia quando assisto o jogo do Mengão, mesmo sabendo que você torce por outro time. Melhor ainda é assistir o jogo com você quando nossos times jogam contra. É caminhar de manhã cedo, é dormir até tarde. É ter alguém para se preocupar, para mimar, para amar.


Ao seu lado eu tenho mais do que certeza que sou a pessoa mais feliz do mundo. Sim, nosso amor é leve, compreensivo, livre.


Texto de Juliana Granato


domingo, 10 de novembro de 2013

DC: O Mordomo da Casa Branca

Depois de algumas semana somando ao meu repertório apenas filmes fracos e sem conteúdo, resolvi aproveitar o ingresso que ganhei para assistir o longa "O Mordomo da Casa Branca". Sem nenhum espanto, percebi que o filme não estava em cartaz nas salas convencionais de cinema, apenas nas Delux, ou em cinemas mais "cults" como os da rede Estação ou Kinoplex. Sem problemas! Depois de ler as críticas achei que valeria a pena dar uma conferida. E só digo isso: Vale muito a pena!

Com um enredo bem amarrado, personagens com uma certa complexidade e um ambiente pouco abordado nos filmes e seriados, o longa conseguiu falar de assuntos polêmicos como o preconceito contra os negros nos EUA na década de 40, o alcoolismo ligado a depressão, a luta armada dos movimentos como os Panteras Negras, e a relação desgastada e frágil do trabalho-lar.

Baseado livremente em uma história real, o filme acompanha o personagem Cecil Gaines, vivido por Forest Whitaker, desde sua infância em uma fazenda de algodão até seu serviço de mordomo da Casa Branca. Cecil serviu sete presidentes americanos, desde Eisenhower (1953-61) a Reagan (1981-89), durante três décadas.

Com um começo chocante, o filme mostra para o que veio. Através do personagem e de sua história de preconceitos e submissão, "O Mordomo da Casa Branca" retrata como o modo de viver e os ensinamentos que recebemos quando criança, moldam os nossos atos e pensamentos.

Após a morte de seu pai, ainda menino, Cecil é levado para a casa dos brancos da fazenda de algodão e é ensinado a ser um "negro do lar". Depois de um tempo, resolve sair da fazenda e viver sua vida. Os ensinamentos foram úteis para que ele trabalhasse em pensões, hotéis e estabelecimentos, até chegar a Casa Branca. Acostumado desde sempre a servir, se calar e apenas obedecer, Cecil não consegue nem ao menos lidar com o filho mais velho que busca algo diferente. Com cenas fortes e intercaladas, o diretor Lee Daniels, responsável pelo filme "Preciosa" (2009), construiu maravilhosamente bem a duplicidade do filme: de um lado um homem submisso, que escuta piadas racistas, planos presidenciais contra os negros e se cala; e de outro, o seu filho entrando na luta pelos direitos civis dos negros.

O diretor contou com um elenco de peso, porém, focado apenas na família principal, explorou pouco nomes como Robin Williams, no papel de Eisenhower, John Cusack como Richard Nixon e Jane Fonda como Nancy Reagan.

Mas tirando esse pequeno aspecto, o filme arrancou elogios das críticas com louvor! Ainda mais quando, em meio a vários diálogos e pensamentos do personagem, o longa mostra que, muitas vezes, nos preocupamos com causas humanitárias em outros países, quando nosso próprio povo passa por descriminações sociais e raciais e até mesmo tipos de escravidão! "O Mordomo da Casa Branca" é, definitivamente, um ótimo filme para se emocionar e refletir!




quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Tons de vida

A vida dela parecia leve para os outros, mas só ela sabia o quanto o peso das escolhas se acomodavam sobre suas costas. As responsabilidades subiam por suas veias e nutriam ainda mais as preocupações iminentes. Ela tentava ao máximo deixar que tudo aquilo, como um passe de mágica, fosse embora sem deixar vestígios, mas era difícil. 

Toda manhã, saía do calor dos seus lençóis e pisava no chão frio do quarto. Sentia que a paciência não queria levantar junto, ficava ali deitada olhando para ela como se a chamasse para voltar. Respirava fundo e, ao escovar os dentes, abria os olhos devagar e via no espelho uma imagem diferente. Não era mais aquela menina de 5 anos atrás. Ainda tinha rosto de meninas, isso ela sabia, mas sua mente estava a anos luz de se preocupar apenas com provas de matemática e meninos bonitos nas festas das amigas.

Tinha ganho, com todos aqueles poucos anos, algumas marcas de maturidade. Não eram rugas e pés de galinha, mas sim, marcas no modo de falar, se vestir e, principalmente, no modo de agir. Ficava dividida entre a vontade de largar tudo e viver livre ou continuar a crescer e amadurecer. Ela percebeu que a vida estava ali para ser vivida, mesmo com preocupações, questões e decepções. Mesmo com alegrias, folias e sabedorias.

Depois de perceber que a falta de paciência, o cansaço e a rotina faziam parte do verbo viver, de pouco em pouco, a vida foi ganhando mais cor; tons de sol, de chuva, de vento, de pecados e de amor.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Como parecer um idiota em uma night

A pauta pobre com a vontade de aparecer originou o vídeo e matéria da Veja SP que fala como um determinado empresário de 39 anos curte a balada. De forma ridícula, ele dá dicas que ninguém quer saber sobre como agir na noite. Denominado “10 mandamentos do rei do camarote”, o vídeo enumera dez atitudes que devem ser imprescindíveis para a noite perfeita, dentre elas ter roupa de marca, um ‘carro potente’, tomar champanhe, gastar cerca de 25 mil reais e principalmente, estar em um camarote.

Como um adulto com cara de bobão, que não vivenciou a juventude, o empresário narra detalhes íntimos, dizendo que já teve relações sexuais dentro de uma boate. Por tanto, se você quiser aparecer em uma night, basta assistir ao vídeo e ter a certeza da idiotice do sujeito que acredita tirar onda levando uma vida vazia.

Veja aqui o vídeo:



Texto de Juliana Granato


sábado, 2 de novembro de 2013

DC: Segredos

Você consegue guardar um segredo, daqueles bem obscuros que você guarda debaixo do tapete? E se você tivesse a oportunidade de contá-lo sem que ninguém soubesse que foi você? "Segredos" te dá essa oportunidade!
O público, antes de cada espetáculo, escreve em um papel o seu segredo e o deposita em uma urna que vai para o palco. Poucos minutos depois, os atores da Cia Teatro do Nada pegam os papéis e a peça começa! A encenação é feita de improviso com base nos relatos sorteados, portanto a peça muda a cada dia.

Diferente dos jogos de improvisação, consagrados pelos espetáculos de Stand Up Comedy, "Segredos" aposta em tramas mais longas, com personagens elaborados. Como tudo depende do segredo sorteado, o cenário é composto apenas por cubos de madeira que se transformam em cadeiras, camas e mesas, entre outros. Além disso, os atores utilizam objetos imaginários. E ainda tem mais! A trilha sonora e a iluminação também são criadas em tempo real.

Vale a pena a conferida!

Pontuação : **** (4 estrelas)

Confira abaixo o serviço para você que ficou curioso:

Teatro Ipanema
Quarta, às 21h
+ 14 anos
Em cartaz até 11 de dezembro.


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Batom Vermelho

Ela não se encaixava nos padrões e, quem sabe, não queria se encaixar. Sua vida não precisava de dietas especiais, academia 7 vezes por semana, nem muito menos, milhares de roupas com etiquetas famosas! Gostava de se sentir bem e se uma barra de chocolate, uma camiseta da loja da esquina e um dia de musculação por semana a deixavam feliz...Isso bastava!

Culpa?! Essa palavra não cabia no seu dicionário! E se, por alguns segundos, essa palavra aparecesse, era algo como um verbete daqueles que ninguém liga muito.

Às vezes errada, às vezes errante. Ela era feliz vivendo daquela maneira. Falava alto em alguns momentos, chamava atenção. Não se importava em falar um palavrão quando necessário, ou  até mesmo, de tocar em assuntos que eram tabus. Mas não era mal educada! "Não confunda as coisas!", diria ela. Educação em primeiro lugar. Ela era apenas diferente daquelas mulheres de filmes franceses que só usam saia e andam sempre com o cabelo arrumadinho. Fazia as coisas que achava que iriam lhe agradar, mas quando queria e não quando alguém se sentia no direito de opinar!
 

Mas o que tem demais?! Ela não precisava ser uma dama da década de 30 como a sua avó. Se arrumava bem, estava sempre bonita, mas era uma beleza natural, daquelas que só algumas mulheres merecem ter. Usava batom vermelho se o simples ato de se olhar no espelho, com aqueles lábios vivos, a fizesse bem. Mesmo perdida na rua, sem rumo nem hora, andava decidida, com uma pisada firme e calculada. Ela era segura e isso, infelizmente, assustava os outros!
 
 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Desamor

Já não tem mais sede,
Já não tem mais fogo.
Onde está você, meu amor ?

Naquela dança dos corpos,
No mexe, remexe,
Onde está você, meu amor?

Procuro e te chamo,
Mas só a saudade aparece.
Onde está você, meu amor?




Texto de Juliana Granato


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Liberdade sobre rodas

O som tocava ao fundo, baixo e insignificante, como se quisesse apenas tampar os ruídos que vinham do mundo externo. Eu podia sentir o toque de seus dedos sobre mim. Eram quentes, dóceis e calmos. O sorriso estampava o seu rosto como se naquele momento, mesmo em meio ao caos, ela estivesse feliz de estar em minha companhia. As gotas da chuva desciam levemente pelo vidro e, ao se unirem ao calor que ela exalava, embaçavam a visão. Ela estava feliz como se, naquele momento, a tão esperada liberdade tivesse finalmente chegado. Ela se sentia diferente e eu podia notar que era verdade.

Soltou um grito de alegria ao ouvir que a rádio tocava o seu cantor preferido. Deslizou os dedos por mim até alcançar o pequeno aparelho e aumentar o volume. Naquele instante, o barulho do motor e as gotas caindo se mesclavam com o som da sua voz, que cantava, mesmo que desafinada, o refrão de uma antiga e clássica música.

Aquela menina que, há três anos atrás, chegava até aqui e apenas ficava quieta e pensativa, hoje parecia ter o controle sobre mim. Ela fazia o que queria sobre todo o meu ser. E eu deixava, como um bobo apaixonado por ver como ela amadureceu.

Era perceptível  pelo seu olhar que ela estava feliz por ter conseguido a tão sonhada liberdade de escolher os seus caminhos, seus destinos e seus horários. E eu ficava feliz de acompanhá-la em todos esses grandes passos, ou quem sabe, aceleradas.


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Matheus, me desculpa.

Era um dia de semana qualquer e chovia quando eu andava pela rua à noite. Nós não nos falávamos há uma semana, depois da briga em uma madrugada. Meu destino final era uma casa próxima a sua e não sei por qual motivo eu sentia que aquela não era uma boa hora para passar ao lado da sua casa. Evitei ao máximo até que não tive opção. Por um caminho muito estreito, passei em frente a sua portaria, e sim, você estava lá. Como se tivesse acabado de entrar, correndo da chuva e implorando para o porteiro abrir a porta.

Eu, como uma adolescente, gelei por dentro e ao mesmo tempo em que queria gritar seu nome para todos ouvirem, queria sair correndo para que você não me visse. Aquele momento parecia uma eternidade. As coisas ao redor sumiram e na minha mente éramos só nós dois. Até que “Matheus, me desculpa?!” .

Você não ouviu. Falei baixo demais. Nossos tons não estavam em sintonia. Você queria seguir e eu ficar. E desde aquele dia não te vi mais.


Texto de Juliana Granato

sábado, 19 de outubro de 2013

DC: Gravidade

Um filme de tirar o folego! Essa seria a frase pra resumir o novo longa de Alfonso Cuarón, em cartaz nos cinemas. E como uma amiga, deixo avisado: os ansiosos e medrosos podem ter alguns efeitos colaterais.

Com uma temática diferente das "hollywoodianas", o filme traz a maravilhosa Sandra Bullock e o charmoso George Clooney em uma missão no espaço. Mas deixando a história de lado, o filme merece elogios pelos efeitos especiais e a sensibilidade com que é feito.

As primeiras cenas já são de tirar o fôlego! Não pela quantidade de ação, mas pela falta dela. Com um som baixo e abafado, "Gravidade" passa a sensação, talvez quase verdadeira, de se estar fora do planeta Terra. O silêncio nas horas certas, junto com as explosões para criar um suspense, levam o filme para o topo das criticas positivas.

Vamos voltar para a história... Matt Kowalski é um astronauta experiente que está em missão de conserto de um telescópio juntamente com a dr Ryan Stone. Quando tudo parece tranquilo, feliz e quieto, os dois são surpreendidos por uma chuva de destroços decorrente da destruição de um satélite por um míssil russo. Ao serem atingidos, ela é jogada no espaço. Sem qualquer apoio da base terrestre da NASA, eles precisam encontrar um meio de sobreviver naquele ambiente completamente inóspito... E o pior? Cada minuto sem ir para um local seguro só aumenta a possibilidade de outra chuva de destroços e diminui seu nível de oxigênio.

Não fique assustado se você se pegar respirando pesado ou em uma espécie de apneia. O filme consegue causar a mesma angustia que temos ao ver alguém se afogando. Ou pelo menos eu tenho! Mas com certeza, o filme vale uma conferida!

Deixo aqui o trailer para quem ficou curioso e precisa de uma forcinha extra:



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Protagonistas da vida

Hoje, a maior diva do teatro brasileiro, Fernanda Montenegro, completa 84 anos. Ela poderia, como inúmeras outras vovós ou pessoas da terceira idade, se aposentar e gastar o seu dinheiro em viagens, aulas de dança, vários livros ou o que seja. Mas não! Ela está tendo a coragem de encarar a vida de frente e da melhor maneira possível. Ao falar isso, me veio a cabeça uma típica conversa entre duas pessoas: Fernanda e a Vida. Duas senhoras de idade, mas cheias de disposição.

Vida: Bom... Fernanda, você já trabalhou muito, não acha que está na hora de se aposentar e tal?
Fernanda: Não sei Vida, não gosto da ideia de ficar parada.
Vida: Então o que você pretende fazer?
Fernanda: Você foi muito generosa comigo, afinal tenho uma boa saúde e continuo linda e cheia de classe, mas ainda não é hora de parar. Quero viver mais! Será que posso?

Brincadeiras à parte. Fernanda Montenegro, mesmo sem saber da minha existência, conseguiu abrir meus olhos para algo lógico. Muitas vezes, sentimos os dias e vemos a vida passar por nós. Como se nós corrêssemos para pegar o metro, mas no meio do caminho, ficássemos cansados e víssemos apenas o vulto do que seria o trem deixando a plataforma. Ao invés de olharmos a vida passageira, por que não nos tornamos protagonistas dela?  A vida não é para passar e sim para viver. 

Sim, isso é lindo no plano dos pensamentos, mas o dia a dia é bem corrido e todos nós sabemos disso. Mas, por mais cansativo que seja, chegar ao final do dia se sentindo útil, vitorioso e ativo faz um enorme bem pro corpo, pra alma e pra mente. Vide Fernanda Montenegro!


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Jornalismo Investigativo

Palestras, workshops e muitos debates sobre jornalismo investigativo no mundo tomam conta do Rio de Janeiro durante quatro dias. Isso porque desde sábado, está acontecendo o Conferência Global de Jornalismo Investigativo.

Venho aqui compartilhar com vocês alguns links dos textos que fiz! Boa leitura e divirtam-se!




Texto de Juliana Granato

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

No limite

Ela estava cansada. Não de algo especifico, ou de alguém.
Não era estresse, impaciência ou tpm. Era apenas cansaço!
Ela estava cansada de tudo.

Cansada de ter responsabilidades e problemas todo instante...
De não ter calma, de ter que se preocupar com o horário, de fazer bem o seu trabalho e de ser simpática com todos mesmo de mau humor!

Cansada de acordar cedo e só pisar sobre o chão frio da sua cozinha tarde do dia...
De não ter mais tanto tempo para ela, de sentir a cabeça doer como se a qualquer momento fosse explodir, de não dormir bem a noite!

Ela estava cansada de querer mudar as coisas, mas não ter força para tentar.
Não era frescura, bobeira ou dengo!
Ela estava cansada não de ser ela, estava cansada de ser adulta.

Cansaço, cansaço e cansaço...