Alguns dias ela parecia gostar de mim. Me dava atenção, ria quando sentia que eu estava por perto e quando eu finalmente a tocava, ela se arrepiava com a minha presença. Em outros, ela parecia mais séria, como se suas preocupações fossem mais importantes. Como se eu fosse, simplesmente... invisível. Sim, essa é a palavra: invisível. Mesmo gostando muito daquela menina, sabia que algo dentro dela era solitário. Quando eu estava muito agitado, ela fechava os olhos como se a minha pressa não interferisse o seu andar. Tentava chamar a atenção e mostrar que outros na rua me notavam, mas ela nada.
Como já diziam os poetas e escritores, quando nós amamos, devemos querer o outro feliz, mesmo que isso cause em nós uma certa tristeza. E eu, há muito tempo, já sentia ela distante, como se escorregasse pouco a pouco.
Passei por longas praças, parei perto da praia e me refresquei com a maresia. E a vi, lá ao longe, com um de seus vestidos sentada em um banco. Sozinha como sempre. Não queria isso! Resolvi que iria mudar aquela situação e que, assim como eu sempre fui, deixaria ela livre. Fui até ela o mais rápido que pude, mas parei. Ela colocou a mão nos olhos e ao tirar eu não estava mais ali. Tinha deixado o chão coberto de rosas e ela entendeu, com um pequeno sorriso, que poderia viver sua vida, mas que eu sempre estaria ali, para passear por seu vestido e sentir o calor de sua pele.
algo que amamos, são os
mesmos que trazem algo que
aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar
pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi
dado. Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai
para sempre..." - Bob Marley
Nenhum comentário:
Postar um comentário