quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Cavando solidariedade

Confesso que fiquei surpresa, por pior que pareça, que nessa sociedade egoísta em que vivemos, as pessoas pararam por alguns minutos, gastaram suas preciosas horas e realmente torceram pelo bem do outro.

5 de agosto, 33 mineiros soterrados a 700 metros de profundidade na mina de San José, no deserto de Atacama, no Chile, fizeram com que sentimentos como angustia, nervosismo, mas principalmente, solidariedade, renascessem dentro de cada um de nós.

Quando a noticia foi dada, uma tensão pairava sobre o assunto. Quando deram a primeira data de resgate, que seria somente em dezembro, ficamos indignados. Quando começaram a enviar comida e água, um pouco de alivio tomou conta de todos nós. Não era a melhor noticia, mas aos poucos, a situação estava melhorando. Porém a informação que trouxe esperança foi de que, após algo mais que 2 meses, uma cápsula estava pronta e iria ser o meio de resgate daqueles sobreviventes.

Durante todo esse tempo acompanhamos as notícias, os vídeos e as coberturas feitas ao local. Conhecemos as historias desses homens e em alguns momentos sentíamos o desespero daqueles que estavam soterrados, que precisavam manter a calma, a paciência, e daqueles que estavam na superfície, com uma importante missão, salvar a vida de 33 pessoas.

Começando ontem (12/10) às 20:00 e terminando somente hoje (13/10), o resgate dos sobreviventes foi acompanhado pelo mundo. Não era algo unicamente chileno. Independente da nacionalidade, pessoas de todas as partes torciam e vibravam com a saída de cada um deles.

Futuramente penso que serão produzidos filme e livros sobre isso, mas agora a única coisa na qual consigo pensar é na felicidade desses homens, de suas familias e de todos nós com o fim de tudo isso.

sábado, 9 de outubro de 2010

Filmes, cultura...

Sem paciência para ler os livros e textos necessários para a faculdade, resolvi revirar a pilha de livros que estavam na minha prateleira e encontrar algo bom e principalmente interessante para ler.

Encontrei então um livro chamado "O Clube do filme". Já tinha lido sobre ele na revista Veja fazia um tempo e achei muito interessante a historia contada através dele. Um pai resolve educar seu filho adolescente de uma maneira diferente e para muitos, estranha e insensata. Permite que o mesmo saia da escola, não trabalhe e que possa curtir a vida, mas com algumas condições: que fique longe das drogas e que visse pelo menos três filmes por semana que ele escolheria. Loucura? Sinceramente não sei.

Ao ler o livro comecei a refletir um pouco sobre tipos de educação, sobre a proposta tentadora de parar de estudar (até porque a quantidade de coisas para a faculdade me desanimam) e principalmente, sobre os filmes citados no livro. Alguns ainda não fazem parte da minha coletânea, mas sem dúvida deveriam fazer.

Acho que por mais monótonas que sejam as minhas aulas de cinema, algo deve ter sido incorporado, pois me sinto saturada de filme banais que estão presentes na programação das salas de cinema. Comédias sem graça, com piadas sem sentido;  mulheres que lutam loucamente e atiram em tudo e em todos; agentes secretos trabalhando disfarçados em alguma organização; adolescentes que cantam, dançam, interpretam e é claro que têm cara de galãs mirins ; musicais da Disney onde tudo parece forçado e industrializado e como não podiam faltar, as comédias românticas onde tudo fica péssimo no meio e maravilhoso no final, uma simples adaptação dos contos de fadas que  conhecemos quando eramos crianças, para as telas.

Onde estão os filmes cults? Não aqueles mudos, preto e branco, que falam sobre o expressionismo alemão ou o movimento soviético. Não sejamos tão radicais, porque esses nem depois de uma aula de cinema eu consigo entender e gostar. Mas aqueles que falam sobre relacionamentos sinceros; sobre dificuldades; sobre diferenças raciais e culturais; sobre grandes guerras e grandes vitórias; sobre artes; sobre ideologias e principalmente sobre assuntos que acrescentem algo a população. Não me sinto bem gastando dinheiro e saindo com a mesma carência de quando entrei. Carência de cultura, de informação, de algo que me faça rir, chorar, pensar na vida.

Como disse um amigo meu em uma apresentação sobre o cinema na faculdade:, ele precisa trazer algo mais para as pessoas, elas precisam sair se sentindo diferentes, como se algo dentro delas fosse modificado; citando Nelson Rodrigues, deve ser como um tapa, um choque para elas acordarem para a realidade.

E é exatamente isso que eu penso que deve ser feito, os cineastas, e principalmente os produtores, precisam sair do comercial, parar de produzir filmes como um produto em massa e começar a produzir o real papel do cinema, produzir arte.

Creio que esse livro foi como um tapa para mim, me fez pensar que esse tipo de educação foi possível porque os filmes escolhidos mostravam assuntos reais e interessantes: drogas; amor; sexo; violência; familia, música; erros e é claro, vitórias. Foi possível porque os filmes não eram comerciais e sim culturais.

sábado, 2 de outubro de 2010

O agora !

Tempo. Palavra usada com frequência no nosso dia a dia, mas nunca paramos para, realmente, refletir sobre ela. E eu sei o que estou falando por experiência própria. Para que perder meu tempo pensando sobre coisas assim?

Porém, esse assunto surgiu enquanto estudava teoria da comunicação para uma prova na quarta. E descobri o motivo pelo qual não pensamos nesse assunto: porque não temos tempo para pensar sobre o tempo. Paradoxo ?! Não sei, mas resolvi parar um pouco e escrever sobre isso.

Vivemos em uma constante soma de tarefas e horas. Faculdade, cursos, saídas no final de semana, trabalhos e claro, algumas horas para relaxarmos um pouco estão presentes nessa conta. Mas mesmo quando era para estarmos relaxando, não estamos. Sempre correndo, por mais que não pareça, nossa cabeça está sempre pensando no que tínhamos para fazer e no que temos que fazer.

Frases como "nossa! como o tempo passa rápido!" ou então "O mês já acabou ?" são comuns no meu vocabulário e devem ser comuns no de muita gente. Mas porque o tempo parece que ultimamente está voando? Os dias não estão mais curtos, o ano continua tendo 365 dias, um dia continua tendo 24 horas e uma hora 60 minutos. Penso que o que mudou foi a nossa maneira de viver a vida.

Na segunda, queremos que chegue logo o final de semana; na sexta e no sábado queremos que chegue logo a noite. No começo do ano queremos as férias do meio do ano e no meio do ano queremos as férias do final do ano. Quando temos 14 queríamos ter 15; quando temos 16 queríamos ter 18. Esse pensamento constante no futuro faz com que esqueçamos uma unica palavra, que muitas vezes passa despercebida, Hoje!

Acho que resumo a idéia desse texto em uma simples e pequena palavra do latim, presente em um texto de um poeta romano, "Carpe Diem". Traduzida como aproveite o dia, o agora, ou então não gaste tempo com coisas inúteis. E é exatamente nesse ponto que quero chegar. Porque correr ? As coisas continuam no mesmo lugar, as pessoas, normalmente, do mesmo jeito e o tempo continua passando independente a nós. Então porque devemos ser dependentes dele? Claro que não podemos largar tudo e viver alienados do mundo, até porque vivemos em uma sociedade que vive em função do que terá e do que será em alguns anos. Mas podemos uma vez ou outra nos desligarmos um pouco dessa pressa toda.


Viver o hoje, o presente, o atual... 
Parar de pensar no ontem, no passado, no antigo....
E esquecer por algum tempo o amanhã, o futuro, o novo.
Precisamos parar de somar coisas e começar a subtrair. Menos tarefas, menos preocupações, menos problemas, menos muitas coisas. Fazer tudo no seu determinado tempo, escolher e priorizar o que realmente importa e pensar que, se tenho tempo para resolver tudo que preciso, também posso ter um tempo para mim. Para fazer o que eu gosto, seja sair com alguns amigos; com o namorado ou namorada; jogar o famoso futebol de domingo ou então somente assistir o meu time fazendo bonito, ou feio; me arrumar um pouco; ir naquela festa; ver um filme, mesmo sendo aquele que já vi 500 vezes; ler aquele livro que está na mesa e que ficou esquecido porque era necessário ler outros antes; ter um dia de compras; ir ao salão ou simplesmente não fazer nada! O que for!

Precisamos aproveitar o momento em si, não o antes, nem o depois, o agora...