sábado, 30 de novembro de 2013

DC: Sexo, Drogas e Rock n' Roll


Após quatro anos longe dos palcos, Bruno Mazzeo volta com tudo! Vencedor do prêmio Fita 2013 como melhor ator pelo monólogo "Sexo, Drogas e Rock n Roll", o ator e comediante encara seis personagens distintos. O cenário minimalista, simples e bem elaborado dá espaço para a apresentação  firme e consistente do ator.

O texto, escrito pelo americano Eric Bogosian, tem direção de Vitor Garcia Peralta. Desde um rockstar narcisista até um artista em crise, Mazzeo faz a platéia rir e ao mesmo tempo refletir sobre o mundo da fama, música e das drogas! Com frases rápidas e um pensamento ágil, os personagens vão surgindo e trocando de tempos em tempos. A troca fica perceptível pelo simples modo de falar e gesticular do comediante, já que a roupa é a mesma durante todo o espetáculo!
 
Vale a pena conferir!

Pontuação: **** (4 estrelas)

Confira abaixo o serviço para você que ficou curioso:

Teatro do Leblon
Sexta e sábado, às 23h
+14 anos
Em cartaz até 22 de fevereiro de 2014

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Filosofia de princesa Disney...Até quando?!

Esse final de semana, resolvi assistir o tão esperado e comentado filme Thor 2. Deixando de lado as críticas cinematográficas, o filme, para um enredo raso e simples de um homem que luta contra o mal, é até bem bacana! Cenas produzidas, ideias diferentes e consegue o essencial: prender a atenção. Porém, em meio a todo aquele caos de brigas, elfos negros e homens musculosos, algo me incomodou e muito! Quase encrostado entre os pensamentos da sociedade, que mais parecem rochas fixas e imóveis, lá estava a bendita ideia, perpetuada por todos os 300 filmes da Disney, da princesa indefesa! (Sim rimou!) 

Até quando essa filosofia de princesa Disney, delicada, sensível, fraca e, principalmente, incapaz, vai perpetuar como algo normal?! Alô, século 21! Enquanto a companheira de brigas e batalhas do protagonista Thor, Sif, o protegia de todo o mal, ele estava mais preocupado com a chata da Jane Foster. Nada contra a Natalie Portman, pelo contrário, ela é linda, uma ótima atriz e estava perfeita no papel que lhe foi dado: a da cientista insegura, chata, dependente e, principalmente, incapaz de se defender sem o Thor. Sei que quando não rola química não tem como, então o Thor ia acabar com a Jane. Mas, não conseguia me concentrar no filme sem ficar pensando na personagem da Jaimie Alexander. Ela é bonita, sexy, segura, inteligente, companheira e tudo mais que os homens dizem esperar de uma mulher, e terminou... esquecida.  

Toda essa minha "análise" pode parecer uma coisa ridícula para os amantes dos quadrinhos, afinal, ela não é uma personagem principal. Contudo vejo uma grande diferença entre o discurso real das mulheres e o imaginário perpetuado nos filmes, livros e desenhos. 

O rádio toca "Girl on Fire", todas as mulheres cantam com louvor; a novela mostra uma mulher em um cargo de poder e todas ficamos felizes e realizadas como se a luta de nossas mães, tias e avós, quando queimaram sutiãs, tivesse dado resultado. Mas quando nos deparamos com uma mocinha indefesa que é salva do mal por um homem forte, bonito e a personificação do brutamonte (afinal ele bate nos outros com um martelo, não uma espada), achamos normal, bonito, e até deixamos sair uns suspiros de satisfação. Como se a história da bela adormecida chegasse ao século 21. Uma mulher bonita, inteligente, mas completamente indefesa e dependente encontra seu príncipe (sim, Thor também é filho do rei) que vai salvá-la de todo o mal!

Não digo para ignorarmos os homens e vivermos sozinhas, isso é o extremo do feminismo e não acho natural e saudável, afinal, ter relacionamentos amorosos faz parte da vida do ser humano! Companheirismo, carinho e amor precisam existir em toda e qualquer relação, mas as mulheres podem, e devem, ser retratadas como pessoas fortes e capazes!

Definitivamente, depois desse desabafo texto, acho que o problema deve ser comigo. Desde pequena nunca gostei de princesas tradicionais que usavam longos e esvoaçantes vestidos. Boa mesmo era a Mulan, que cortava o cabelo e ia para a guerra, mas que tinha suas fraquezas e ainda terminava com um homem romântico e carinhoso ao seu lado.

Acho que deveríamos ser menos bela adormecida e mais Mulan! Amar e ser amado, sem precisar vestir a roupa de princesa e depender do outro para tudo. Vamos dar valor às lutas conquistadas por outras mulheres e perceber até onde podemos fazer um charme, pedir uma ajuda, e até onde estamos simplesmente na torre de um castelo!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Não mais que de repente

De repente você surgiu e aos poucos foi tomando seu espaço. Inicialmente uma amizade despretensiosa, sem muita confiança. Mas no decorrer do tempo, a vida foi nos levando para um único destino. E, para uma insegura desacreditada na vida, você surgiu como um presente. Quando o mundo fugiu você se mostrou, de coração aberto. Sem obrigação, estava disposto a ouvir problemas de vidas passadas e ajudar nos momentos em que precisei.

O surpreendente é a paciência e a entrega que tem quando está comigo. Como se estivéssemos num mundo nosso, sem hora, sem preocupações, como se as nossas quase 24 horas de prosa parecessem ser apenas uma. Com esse jeito cativante você me conquistou. Quando me dei conta, você se tinha se tornado uma das pessoas mais importantes da minha vida. 






Texto de Juliana Granato

sábado, 23 de novembro de 2013

DC: Sonhos de um Sedutor

O grande sucesso dos cinemas da década de 70, "Play it Again, Sam", trouxe o famoso diretor Woody Allen  no papel de Allan Felix, um crítico de cinema abandonado pela mulher. Com conselhos de seu melhor amigo Dick e sua mulher, Linda, o "nerd" caricaturesco, sobe aos palcos do Teatro Ipanema para divertir o público. Como uma bela e moldada "cópia" de Woody Allen, o ator George Sauma mostra para o que veio. Com piadas bem feitas e com trejeitos típicos de um homem inseguro e abandonado pela mulher, a peça "Sonhos de um Sedutor" vale o ingresso!
 
O clima da montagem mostra que a direção ficou nas mãos de Ernesto Piccolo, responsável por outras peças bem-humoradas e rápidas, como "A História de Nós 2" e "Doidas e Santas". A versão brasileira do clássico americano traz temas típicos aos filmes feitos, dirigidos ou interpretados por Woody Allen: ironia sobre os sentimentos e comportamentos humanos, personagens neurótico, subversão dos “finais românticos felizes”, referência constante ao “analista” e homenagens aos clássicos do cinema.

Entre uma dose de aspirinas e outra, Allan Felix é visitado pelo casal de amigos Dick, interpretado por Heitor Martinez e Linda, vivida por Luana Piovani, que tenta lhe apresentar novas garotas em encontros desastrosos, enquanto um imaginário Humphrey Bogart lhe dá conselhos sobre como tratar as mulheres. Allan acaba se aproximando de Linda, com quem compartilha afinidades o que a leva a uma tensão ainda maior pela culpa em relação ao amigo.

Vale a pena a conferida, principalmente para os amantes de Woody Allen. George Sauma está o próprio Allen, na maneira de mexer nos óculos, a maneira como gesticula, como fala pausadamente, mas ao mesmo tempo, sem respirar e principalmente, como se mostra "nerd", inseguro e caricaturesco!

Pontuação : ***** (5 estrelas)

Confira abaixo o serviço para você que ficou curioso:

Teatro Ipanema
Quinta a sábado, às 21h e domingo, às 20h
+ Livre
Em cartaz até 15 de dezembro.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O corpo é meu e a imagem também!

Durante anos, as mulheres lutaram por liberdade. Uma luta por liberdade de opinião, de expressão e, principalmente, de prazer. Em pleno século 21, ainda nos chocamos ao ver na tv e nos jornais casos como o da Júlia Rebeca. A adolescente de 17 anos morava no litoral do Piauí e, depois de ter um vídeo íntimo compartilhado pelo celular, caiu em depressão e se suicidou.

E então surgem as perguntas... Como um homem pode tratar um término de namoro de uma maneira tão pavorosa? Que mundo é esse no qual a confiança no outro é quebrada assim de uma hora para outra?

Uma menina, que como inúmeras outras em todo o mundo, se apaixonou, achou que podia confiar naquele homem que participava das reuniões de família, e que, por algum motivo (seja ele qual for), resolveu terminar o relacionamento. Um homem que lhe tratava como uma princesa, agora passa para o mundo, posta na internet e faz questão de se vangloriar de uma imagem errada e distorcida da realidade. Um homem egoísta, machista e imbecil!

E o pior? Esse tipo de pensamento parece brotar de algumas mentes pequenas. Nas reportagens sobre casos de pornografia de revanche, comentários indigestos surgem no fim da página. "Ela é a culpada!" ou "ela quis filmar, agora aguenta!". Não vamos ser pudicos e ignorantes, a culpa não é das "Júlias". As mulheres têm desejos, como todo homem. Têm vontades, como qualquer ser humano. E, a todo momento, procuram inovar na cama para não cair na rotina. O mercado dos sex shops cresce a todo momento, as revistas femininas estampam na capa maneiras de agradar ao seu homem, e as masculinas a imagem da mulher perfeita. Vontades que começam como brincadeiras entre quatro paredes, entre duas pessoas que se gostam, acabam com adolescentes deprimidas e humilhadas por homens que não merecem essa denominação.

Casos como o de Júlia estampam capas de jornais brasileiros e estrangeiros. Até quando a mulher vai ser reprimida e humilhada dessa maneira? Até quando a mulher vai ter que reprimir suas vontades, seu prazer e seu gozo porque não podem confiar no homem que está ao seu lado? Até quando as autoridades vão se calar?

Antes de ser o famoso jogador de futebol e o atual deputado federal, Romário falou com pai de quatro filhas e principalmente, como homem. O deputado apresentou, no último dia 23 de outubro, um projeto de lei que transforma em crime a divulgação indevida de material íntimo.

"Nossa sociedade costuma julgar as mulheres. É como se o sexo denegrisse a honra delas. Os comentários machistas não vêm só dos homens, muitas mulheres criticam as vítimas também. O criminoso se aproveita da vulnerabilidade gerada pela confiança da pessoa" - diz o deputado em entrevista para a revista Marie Claire.

Deixo aqui a reportagem que merece, e muito, ser lida.: http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2013/11/pornografia-de-revanche-nossa-sociedade-julga-mulheres-como-se-o-sexo-denegrisse-honra-diz-romario.html




segunda-feira, 18 de novembro de 2013

De hoje em diante


Era um sábado à tarde e chovia um pouco quando Larissa estudava para uma prova que teria na semana seguinte. Sua vida andava assim, meio em maré alta, dessas que fica até complicado mergulhar no mar.

De repente, aquele estudo meio chato lhe deu uma luz. Quando ela se deparou com o artigo 5º da Constituição Brasileira. “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude da lei”. 

Era isso! Dizer não aos outros para dizer sim a si mesma. Não ia mais sair com esses carinhas infantis que encontra por ai. Não ia dizer sempre sim para as pessoas, só para não magoá-las. Não ia mais dizer não para muitas das vontades que reprimia. Não ia mais se preocupar com que não se preocupava com ela, como diz Caetano, só ia gostar de quem gostasse dela. E a partir daquele dia então, começou a planejar todos os seus anseios, principalmente aqueles que julgava serem os mais difíceis.



Texto de Juliana Granato




quarta-feira, 13 de novembro de 2013

E o vento levou...

Esperava o dia amanhecer para sentir sua presença. Durante muitos anos, fiquei de longe apenas observando o seu andar e passeando por seus lindos vestidos. Quando finalmente ela me deixou entrar, pude sentir sua pele lisa, delicada e quente. Não tanto como eu podia ser para ela. Não quero me gabar, mas ela sempre dizia isso, que eu era quente até demais. E que eu podia tentar maneirar um pouco. "Um friozinho às vezes faz bem", me dizia ela.

Alguns dias ela parecia gostar de mim. Me dava atenção, ria quando sentia que eu estava por perto e quando eu finalmente a tocava, ela se arrepiava com a minha presença. Em outros, ela parecia mais séria, como se suas preocupações fossem mais importantes. Como se eu fosse, simplesmente... invisível. Sim, essa é a palavra: invisível. Mesmo gostando muito daquela menina, sabia que algo dentro dela era solitário. Quando eu estava muito agitado, ela fechava os olhos como se a minha pressa não interferisse o seu andar. Tentava chamar a atenção e mostrar que outros na rua me notavam, mas ela nada.

Como já diziam os poetas e escritores, quando nós amamos, devemos querer o outro feliz, mesmo que isso cause em nós uma certa tristeza. E eu, há muito tempo, já sentia ela distante, como se escorregasse pouco a pouco.

Passei por longas praças, parei perto da praia e me refresquei com a maresia. E a vi, lá ao longe, com um de seus vestidos sentada em um banco. Sozinha como sempre. Não queria isso! Resolvi que iria mudar aquela situação e que, assim como eu sempre fui, deixaria ela livre. Fui até ela o mais rápido que pude, mas parei. Ela colocou a mão nos olhos e ao tirar eu não estava mais ali. Tinha deixado o chão coberto de rosas e ela entendeu, com um pequeno sorriso, que poderia viver sua vida, mas que eu sempre estaria ali, para passear por seu vestido e sentir o calor de sua pele.



"Os ventos que às vezes tiram
algo que amamos, são os
mesmos que trazem algo que
aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar
pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi
dado. Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai
para sempre..."  - Bob Marley

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Renato

Desde que você apareceu tudo mudou. Assim como o significado do seu nome, minha vida renasceu, renovou. Nenhum, de todos os homens que conheci nas noites por aí, conseguem chegar aos seus pés. Com você me sinto segura, protegida, me sinto eu mesma, não preciso fingir qualquer coisa.

Estar com você é querer andar de mãos dadas, é ir ao cinema ver os filmes mais bizarros e achá-los engraçados. É passear com o cachorro mesmo sem conseguir segurá-lo por causa de seu tamanho e força. É chegar na sua casa e ter aquela comida especial que você preparou pra mim. É ficar enrolada em um dia chuvoso de frio, é tomar aquele chopp gelado no calor do verão do Rio. É ter sua companhia quando assisto o jogo do Mengão, mesmo sabendo que você torce por outro time. Melhor ainda é assistir o jogo com você quando nossos times jogam contra. É caminhar de manhã cedo, é dormir até tarde. É ter alguém para se preocupar, para mimar, para amar.


Ao seu lado eu tenho mais do que certeza que sou a pessoa mais feliz do mundo. Sim, nosso amor é leve, compreensivo, livre.


Texto de Juliana Granato


domingo, 10 de novembro de 2013

DC: O Mordomo da Casa Branca

Depois de algumas semana somando ao meu repertório apenas filmes fracos e sem conteúdo, resolvi aproveitar o ingresso que ganhei para assistir o longa "O Mordomo da Casa Branca". Sem nenhum espanto, percebi que o filme não estava em cartaz nas salas convencionais de cinema, apenas nas Delux, ou em cinemas mais "cults" como os da rede Estação ou Kinoplex. Sem problemas! Depois de ler as críticas achei que valeria a pena dar uma conferida. E só digo isso: Vale muito a pena!

Com um enredo bem amarrado, personagens com uma certa complexidade e um ambiente pouco abordado nos filmes e seriados, o longa conseguiu falar de assuntos polêmicos como o preconceito contra os negros nos EUA na década de 40, o alcoolismo ligado a depressão, a luta armada dos movimentos como os Panteras Negras, e a relação desgastada e frágil do trabalho-lar.

Baseado livremente em uma história real, o filme acompanha o personagem Cecil Gaines, vivido por Forest Whitaker, desde sua infância em uma fazenda de algodão até seu serviço de mordomo da Casa Branca. Cecil serviu sete presidentes americanos, desde Eisenhower (1953-61) a Reagan (1981-89), durante três décadas.

Com um começo chocante, o filme mostra para o que veio. Através do personagem e de sua história de preconceitos e submissão, "O Mordomo da Casa Branca" retrata como o modo de viver e os ensinamentos que recebemos quando criança, moldam os nossos atos e pensamentos.

Após a morte de seu pai, ainda menino, Cecil é levado para a casa dos brancos da fazenda de algodão e é ensinado a ser um "negro do lar". Depois de um tempo, resolve sair da fazenda e viver sua vida. Os ensinamentos foram úteis para que ele trabalhasse em pensões, hotéis e estabelecimentos, até chegar a Casa Branca. Acostumado desde sempre a servir, se calar e apenas obedecer, Cecil não consegue nem ao menos lidar com o filho mais velho que busca algo diferente. Com cenas fortes e intercaladas, o diretor Lee Daniels, responsável pelo filme "Preciosa" (2009), construiu maravilhosamente bem a duplicidade do filme: de um lado um homem submisso, que escuta piadas racistas, planos presidenciais contra os negros e se cala; e de outro, o seu filho entrando na luta pelos direitos civis dos negros.

O diretor contou com um elenco de peso, porém, focado apenas na família principal, explorou pouco nomes como Robin Williams, no papel de Eisenhower, John Cusack como Richard Nixon e Jane Fonda como Nancy Reagan.

Mas tirando esse pequeno aspecto, o filme arrancou elogios das críticas com louvor! Ainda mais quando, em meio a vários diálogos e pensamentos do personagem, o longa mostra que, muitas vezes, nos preocupamos com causas humanitárias em outros países, quando nosso próprio povo passa por descriminações sociais e raciais e até mesmo tipos de escravidão! "O Mordomo da Casa Branca" é, definitivamente, um ótimo filme para se emocionar e refletir!




quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Tons de vida

A vida dela parecia leve para os outros, mas só ela sabia o quanto o peso das escolhas se acomodavam sobre suas costas. As responsabilidades subiam por suas veias e nutriam ainda mais as preocupações iminentes. Ela tentava ao máximo deixar que tudo aquilo, como um passe de mágica, fosse embora sem deixar vestígios, mas era difícil. 

Toda manhã, saía do calor dos seus lençóis e pisava no chão frio do quarto. Sentia que a paciência não queria levantar junto, ficava ali deitada olhando para ela como se a chamasse para voltar. Respirava fundo e, ao escovar os dentes, abria os olhos devagar e via no espelho uma imagem diferente. Não era mais aquela menina de 5 anos atrás. Ainda tinha rosto de meninas, isso ela sabia, mas sua mente estava a anos luz de se preocupar apenas com provas de matemática e meninos bonitos nas festas das amigas.

Tinha ganho, com todos aqueles poucos anos, algumas marcas de maturidade. Não eram rugas e pés de galinha, mas sim, marcas no modo de falar, se vestir e, principalmente, no modo de agir. Ficava dividida entre a vontade de largar tudo e viver livre ou continuar a crescer e amadurecer. Ela percebeu que a vida estava ali para ser vivida, mesmo com preocupações, questões e decepções. Mesmo com alegrias, folias e sabedorias.

Depois de perceber que a falta de paciência, o cansaço e a rotina faziam parte do verbo viver, de pouco em pouco, a vida foi ganhando mais cor; tons de sol, de chuva, de vento, de pecados e de amor.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Como parecer um idiota em uma night

A pauta pobre com a vontade de aparecer originou o vídeo e matéria da Veja SP que fala como um determinado empresário de 39 anos curte a balada. De forma ridícula, ele dá dicas que ninguém quer saber sobre como agir na noite. Denominado “10 mandamentos do rei do camarote”, o vídeo enumera dez atitudes que devem ser imprescindíveis para a noite perfeita, dentre elas ter roupa de marca, um ‘carro potente’, tomar champanhe, gastar cerca de 25 mil reais e principalmente, estar em um camarote.

Como um adulto com cara de bobão, que não vivenciou a juventude, o empresário narra detalhes íntimos, dizendo que já teve relações sexuais dentro de uma boate. Por tanto, se você quiser aparecer em uma night, basta assistir ao vídeo e ter a certeza da idiotice do sujeito que acredita tirar onda levando uma vida vazia.

Veja aqui o vídeo:



Texto de Juliana Granato


sábado, 2 de novembro de 2013

DC: Segredos

Você consegue guardar um segredo, daqueles bem obscuros que você guarda debaixo do tapete? E se você tivesse a oportunidade de contá-lo sem que ninguém soubesse que foi você? "Segredos" te dá essa oportunidade!
O público, antes de cada espetáculo, escreve em um papel o seu segredo e o deposita em uma urna que vai para o palco. Poucos minutos depois, os atores da Cia Teatro do Nada pegam os papéis e a peça começa! A encenação é feita de improviso com base nos relatos sorteados, portanto a peça muda a cada dia.

Diferente dos jogos de improvisação, consagrados pelos espetáculos de Stand Up Comedy, "Segredos" aposta em tramas mais longas, com personagens elaborados. Como tudo depende do segredo sorteado, o cenário é composto apenas por cubos de madeira que se transformam em cadeiras, camas e mesas, entre outros. Além disso, os atores utilizam objetos imaginários. E ainda tem mais! A trilha sonora e a iluminação também são criadas em tempo real.

Vale a pena a conferida!

Pontuação : **** (4 estrelas)

Confira abaixo o serviço para você que ficou curioso:

Teatro Ipanema
Quarta, às 21h
+ 14 anos
Em cartaz até 11 de dezembro.