quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Filosofia de princesa Disney...Até quando?!

Esse final de semana, resolvi assistir o tão esperado e comentado filme Thor 2. Deixando de lado as críticas cinematográficas, o filme, para um enredo raso e simples de um homem que luta contra o mal, é até bem bacana! Cenas produzidas, ideias diferentes e consegue o essencial: prender a atenção. Porém, em meio a todo aquele caos de brigas, elfos negros e homens musculosos, algo me incomodou e muito! Quase encrostado entre os pensamentos da sociedade, que mais parecem rochas fixas e imóveis, lá estava a bendita ideia, perpetuada por todos os 300 filmes da Disney, da princesa indefesa! (Sim rimou!) 

Até quando essa filosofia de princesa Disney, delicada, sensível, fraca e, principalmente, incapaz, vai perpetuar como algo normal?! Alô, século 21! Enquanto a companheira de brigas e batalhas do protagonista Thor, Sif, o protegia de todo o mal, ele estava mais preocupado com a chata da Jane Foster. Nada contra a Natalie Portman, pelo contrário, ela é linda, uma ótima atriz e estava perfeita no papel que lhe foi dado: a da cientista insegura, chata, dependente e, principalmente, incapaz de se defender sem o Thor. Sei que quando não rola química não tem como, então o Thor ia acabar com a Jane. Mas, não conseguia me concentrar no filme sem ficar pensando na personagem da Jaimie Alexander. Ela é bonita, sexy, segura, inteligente, companheira e tudo mais que os homens dizem esperar de uma mulher, e terminou... esquecida.  

Toda essa minha "análise" pode parecer uma coisa ridícula para os amantes dos quadrinhos, afinal, ela não é uma personagem principal. Contudo vejo uma grande diferença entre o discurso real das mulheres e o imaginário perpetuado nos filmes, livros e desenhos. 

O rádio toca "Girl on Fire", todas as mulheres cantam com louvor; a novela mostra uma mulher em um cargo de poder e todas ficamos felizes e realizadas como se a luta de nossas mães, tias e avós, quando queimaram sutiãs, tivesse dado resultado. Mas quando nos deparamos com uma mocinha indefesa que é salva do mal por um homem forte, bonito e a personificação do brutamonte (afinal ele bate nos outros com um martelo, não uma espada), achamos normal, bonito, e até deixamos sair uns suspiros de satisfação. Como se a história da bela adormecida chegasse ao século 21. Uma mulher bonita, inteligente, mas completamente indefesa e dependente encontra seu príncipe (sim, Thor também é filho do rei) que vai salvá-la de todo o mal!

Não digo para ignorarmos os homens e vivermos sozinhas, isso é o extremo do feminismo e não acho natural e saudável, afinal, ter relacionamentos amorosos faz parte da vida do ser humano! Companheirismo, carinho e amor precisam existir em toda e qualquer relação, mas as mulheres podem, e devem, ser retratadas como pessoas fortes e capazes!

Definitivamente, depois desse desabafo texto, acho que o problema deve ser comigo. Desde pequena nunca gostei de princesas tradicionais que usavam longos e esvoaçantes vestidos. Boa mesmo era a Mulan, que cortava o cabelo e ia para a guerra, mas que tinha suas fraquezas e ainda terminava com um homem romântico e carinhoso ao seu lado.

Acho que deveríamos ser menos bela adormecida e mais Mulan! Amar e ser amado, sem precisar vestir a roupa de princesa e depender do outro para tudo. Vamos dar valor às lutas conquistadas por outras mulheres e perceber até onde podemos fazer um charme, pedir uma ajuda, e até onde estamos simplesmente na torre de um castelo!

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