segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Sobre as dificuldades

O domingo era de céu azul com sol ameno, desses que tira qualquer energia ruim do corpo. Em um clube do Rio de Janeiro, Pedro estrearia no futebol e aquele acontecimento se tornava um espetáculo aos olhos de seus pais. Câmeras e flashes para todos os lados faziam com que a ansiedade de Pedrinho, de apenas 5 anos já tomasse conta dele.

Durante o jogo todos gritavam seu nome e ele se divertia com os amigos, até que Pedro, depois de muito tentar não conseguia nem se quer tocar na bola. Correndo em direção à sua mãe disse: Mamãe, eu não consigo! É muito difícil. E logo em seguida a mãe respondeu: vai meu filho, você não pode desistir! Corre lá e tenta pegar a bola!

O menino voltou e mesmo sem ter conseguido muitos lances, se sentiu feliz por estar ali, tentando.
Neste final de ano esse episódio me fez refletir e repensar sobre tudo o que aconteceu em 2013 e que sempre vai acontecer em todos os anos. Cada ano, cada dia enfrentamos as dificuldades que a vida nos impõe. E não há nada melhor do que vencer uma batalha, analisar todas as barreiras enfrentadas e pensar: eu consegui! Não há desistência no mundo que pague este sentimento.

Fica então para 2014 a vontade de continuar lutando, vencendo e também perdendo às vezes, mas nunca desistindo.

 
 
Texto de Juliana Granato
 
 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Resenha: Deixe a neve cair

Após ler "Teorema Katherine" confesso que fiquei um pouco desapontada com o tão famoso John Green. O escritor teen mostra que realmente escreve para um público abaixo dos 18 anos. Mas, como não desisto facilmente, insisti um pouco mais e comprei neste natal o novo livro "Deixe a neve cair". E me surpreendi. Diferente de "Teorema Katherine", o qual me senti lendo um livro para adolescentes tímidos que querem viver um grande amor (já passei desta fase), as histórias contadas no novo livro são no mínimo fofas!

O livro reúne três escritores teens que tentam, cada um a sua maneira, não sair dos personagens jovens, que cursam o colégio e descobrem o primeiro amor. Porém, a escrita é rápida e o clima natalino/nevasca/frio, deixa tudo mais bonito e agradável. John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle contam histórias sobre uma mesma noite, na qual uma forte nevasca deixa a cidade sob alerta máximo.

A sinopse do livro começa com: "Na noite de natal, uma inesperada tempestade de neve transforma uma pequena cidade num inusitado refúgio para insuspeitos encontros românticos."
No primeiro conto, "O Expresso Jubileu", de Maureen Johnson, uma jovem fica presa em um trem a caminho da casa de seus avós. Não querendo passar o natal presa com um grupo irritante de cheerleaders, Jubilee vai para uma Wafle House perto de onde seu trem parou e lá ela conhece Stuart que, vendo como o seu Natal estava arruinado, a convida para ficar na sua casa. A Jubilee é bem construída e engraçada. Um dos melhores contos. A escrita é clara, rápida e leve. Típico texto adolescente com um certo charme!

No segundo, do famoso John Green, "O Milagre da Torcida de Natal", o personagem Tobin estava pretendo passar a noite de natal em casa com seus amigos JP e Duke (a famosa menina ignorada e considerada um moleque para os dois) assistindo uma maratona de James Bond, já que seus pais ficaram presos fora da cidade por causa da nevasca. Mas um amigo deles, que trabalha na Wafle House da cidade, liga falando que um grupo de cheerleaders iam ficar a noite toda lá já que o trem delas ficou preso por causa da neve. Com os hormônios gritando, Tobin e JP começam a correr quando escutam a palavra cheerleaders e acabaram convencendo Duke a ir junto. Mas com toda aquela neve lá fora, conseguir chegar lá primeiro e sobreviver ao caminho ia ser uma grande aventura. Uma aventura com altos e baixos, mas definitivamente melhor que os outros livros dele.

Foto: Site "Just Carol"

O último conto, de Lauren Myracle, "O Santo Padroeiro dos Porcos" traz Addie. Uma menina que cometeu um erro e terminou o namoro com Jeb, mesmo ainda o amando muito. A fim de concertar as coisas ela manda um e-mail para ele pedindo que a encontrasse no Starbucks. Mas depois de esperar por duas horas e ele não aparecer, Addie entra em crise que estraga o seu Natal. E tudo complica ainda mais quando ela se compromete a pegar Gabriel.

O melhor do livro é a maneira bem bolada como as histórias e os personagens se cruzam. Os nomes, os lugares e os relacionamentos vão sendo montados e sendo intercalados entre os contos. O final foi muito bom com a cena em que os principais dos três contos se encontram no Starbucks e ... brincadeira!! Nada de spoilers aqui!!

Mas para finalizar: "Deixe a neve cair" é um bom livro, mas que não acrescenta nada além de romances adolescentes e beijos tímidos.

Nota final: ** (2 estrelas)


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Um novo olhar natalino

As luzes eram fracas e singelas, mas mostravam que o início da noite estava chegando. O ar era abafado e quente, como os tímidos sorrisos que estampavam os rostos. Pequenos enfeites tomaram o espaço do ambiente. E a vida pareceu seguir uma direção diferente da normal. 

Os dias agitados, cheios de "olá"s rápidos no elevador e sorrisos cansados da intensa rotina de trabalho, resolveram tirar folga e deixaram no lugar olhares bondosos, andares calmos e desejos sinceros. 

A sala estava preenchidas por uma agitação normal aos jantares em família. Será que a comida está boa?! E a hora?! Será melhor abrir o vinho?! Em meio a inúmeras perguntas, a dúvida foi quebrada por um som! A campainha apresentava os convidados e o local ia ganhando um clima natalino. Após o jantar, os presentes e os doces, resolvemos caminhar até a varanda e olhar a noite. Naquele momento, com as pequenas luzes de natal da varanda, a árvore do Shopping ao fundo mudando de cor e o leve frescor do vento noturno, eu senti algo que não lembrava de ter sentido em outros natais: uma paz genuína e um amor tranquilo! Daqueles que se tem pela sua família e pelas pessoas que tornaram você a pessoa que você é hoje! Naquele momento, mesmo que por apenas 5 segundos, senti a verdadeira mensagem do Natal! Uma mensagem que eu espero que continue ao longo dos anos e
perpetue entre todos!

Escrevo esse texto, não porque hoje é Natal, mas porque durante muitos anos, quando eu era criança, imaginava que a melhor parte desta data era ganhar presentes e comer doces. Algo normal, crianças gostam de presentes e doces! Porém, em 2013 percebi que apenas a maturidade nos faz ver o real sentido de tudo isso! Não são os presentes, bons ou ruins, nem a comilança desenfreada, mas sim a preparação da mesa, os enfeites vermelho e verde espalhados pela casa e, principalmente, o sentimento de carinho entre os familiares. Mas se não ficarmos atentos, nos rendemos as compras, gastos e interesses, e assim, até mesmo o Natal vira uma obrigação, cheia de correrias e preocupações, quando na verdade, a magia do natal é observar os pequenos detalhes que fazem dessa data algo tão especial!  

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Maktub

E mesmo depois que você foi embora, seu perfume ainda estava em mim! Cada passo para casa era a lembrança dos beijos e sussurros. As promessas não cumpridas arranhavam meus ouvidos e destruíam meus anseios. Mas era inevitável. 

Quando te via, lá de longe, seu olhar me cativava. Sempre alegre e com ar de otimismo, era o que eu precisava naquele momento da minha vida. 

Era mais uma vez uma jogada do destino. Por algum motivo, nossos caminhos tinham que se cruzar desse jeito meio torto, meio louco. Você lá e eu aqui, dois mundos completamente diferentes que de alguma forma estavam se encaixando.


Texto de Juliana Granato


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Resenha: Como eu era antes de você

Nunca me considerei uma romântica assídua, daquelas que acha qualquer frase de amor bonita, mas se tratando de livro, posso dizer que sou adepta, até demais aos romances.

A resenha de hoje é de um livro que eu amei e aconselho a leitura. "Como eu era antes de você" fala não só de amor, como de carinho, compreensão e principalmente de esperança.

A autora de "A última carta de amor", que eu não li, esteve na lista dos livros mais vendidos nos Estados Unidos e na Inglaterra. e virou até roteiro de filme. Pensando nisso, resolvi através de indicação de uma amiga comprar seu segundo livro "Como eu era antes de você".

A personagem principal é Louisa Clark, uma mulher de 26 anos, que não tem muitas ambições, na verdade quase nenhuma! Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha em um pequeno café de uma cidade meio do interior que, apesar de não pagar muito, ajuda nas despesas. E namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe muito. Uma vida mais monótona impossível!

Porém, quando o café fecha as portas, Lou se vê obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, depois de tentar algumas ideias fracassadas, a ex-garçonete consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Mas não de um homem qualquer! Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e principalmente, mal-humorado. Após um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto e planeja dar um fim ao seu sofrimento de estar preso a uma cadeira de rodas. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro.

Saindo do piegas de um casal que não tem nada a ver, mas se ama; o livro traz um romance cheio de altos e baixos, brigas e carinhos. Mas, principalmente, de compreensão e apoio mútuo. Ele com o tempo passa a entender que Lou tem medo de se aventurar e a incentiva a viver mais livremente. Ela, percebendo o quanto é doloroso para ele ficar limitado a cadeira, começa a pensar em alternativas que o façam feliz. Uma história sem amassos, pegações e coisas do gênero, mas que com certeza, faz você largar o livro com um suspiro e lágrimas nos olhos!!

Ficou curioso?! Então corre pra livraria! Vale muito a pena!!

Nota final: ***** (5 estrelas)


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O Romance do Metrô

O fim de tarde chegou e junto com ele o cansaço. Algumas reclamações não feitas zuniam em minha mente como pequenos insetos que atormentam sem parar. Entrei na fila para comprar o cartão do metrô e comecei a reclamar baixinho porque as pessoas eram lentas e iria perder o trem. Quando simplesmente ouvi risos e frases soltas. Olhei para o lado e lá estavam eles. Um casal, como outro qualquer, separados pela grade do metro. Ele de um lado da catraca e ela segurando um bebê no colo do outro. Ela aproximou a criança e ele beijou sua testa delicadamente, como se por mais alguns minutos pudesse guardar o cheiro do filho. Ela abriu um sorriso de admiração e de orgulho. Aquela era a sua família e eles se amavam. Isso era mais que claro! Parecia exalar como um perfume o carinho mútuo entre todos os três. Ou eram quatro?!

A mão daquele homem deslizou suave sobre barriga da sua mulher que riu ainda mais. O barulho do trilho avisava que era hora de partir. Ele olhou com aqueles olhos de quem não quer algo mas deve fazer e deu um último sorriso. Ela aproximou o rosto da grade e eles se beijaram. Ele já estava indo embora e ela também, quando algo a impediu. Ela voltou e gritou, meio tímida meio corajosa: "Eu te amo!". 

E eu? Fiquei ali em meio a tudo aquilo olhando. Assim que passei da catraca vi que ele subia as escada correndo. Não aguentei de curiosidade e fiquei ali admirando aquela cena fascinada, como se estivesse em um filme da década de 40/50, onde as mocinhas iam até a estação de trem para se despedir dos namorados, noivos e maridos que iam para a guerra. Uma coisa lúdica, romântica e singela. Ele olhou para ela e disse: "Eu também!". Eles riram como dois adolescentes que se declaravam pela primeira vez. E então seguiram seus caminhos.


Não sei quem são nem muito menos se iriam se separar por horas, dias ou meses. Só sei que durante pouco mais de 5 minutos, as reclamações, preocupações e problemas viraram apenas lembranças e aquele sentimento puro tomou conta do lugar. Na minha mente, chamo eles de "O Romance do Metrô", até porque, em muitos anos de idas e vindas pelo subterrâneo, nunca me deparei com algo puro e romântico assim. Se você quer saber, fui para casa mais feliz, como se eu tivesse restaurado a fé no amor entre as pessoas, no carinho e no respeito.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Atordoado

Uma via expressa onde carros passavam em alta velocidade, um por cima do outro, buzinando infinitamente. Assim era sua cabeça naquele momento. Estava no meio de uma encruzilhada com várias opções de seguir. Qual seria a entrada correta? E se não pudesse voltar atrás para refazer o caminho? As escolhas nunca foram o seu forte, e de uns tempos pra cá isso só estava piorando.
Agora ele tinha que tomar muitas decisões e, por consequência, fazer renuncias. Ele sempre soubera lidar bem com sua realidade, mas haviam lhe tirado o chão e, de repente, não suportava não conseguir seus objetivos, mesmo que ínfimos.

Se perguntava o tempo todo o que acontecia e buscava explicações exteriores para seus problemas. Estava vivendo o processo contrário, indo contra a corrente. Envelhecia com atitudes infantis. Atitudes adolescentes tomavam conta do seu ser e ele sabia disso, mas, novamente, não sabia lidar. Talvez tivesse sido maduro demais em momentos que não foram tão necessários.

Depois de tantas conversas, já sabia exatamente o que fazer, mas o medo lhe consumia e estava o dominando.

Agora ele precisava buscar a coragem nos confins do seu interior e trazê-la à tona. Ele se cobrava e o mundo a cobrava. Cada pedaço seu já estava sendo apagado. Estava decidido que iria pegar o impulso para enfrentar a vida: só precisava começar.



Texto de Juliana Granato


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Resenha: A vingança veste Prada

O livro da vez é a continuação de "O diabo veste Prada". Depois de chegar as telonas com duas ótimas atrizes (Meryl Streep e Anne Hathaway) e uma direção ágil e engraçada, a escritora ganhou a boca do povo. Mas sinto lhe dizer que a continuação não capta muito bem o espírito da coisa.

Com uma pitada de romance e personagens carismáticos, sejam os bonzinhos como Andy ou os vilões como Miranda, o livro começa muito bem, mas perde a sua força no meio. 

A história é a seguinte: dez anos após largar o seu emprego como assistente da poderosa e cruel Miranda Priestly, na Runaway, Andrea Sachs muda de vida. Noiva de um dos homens mais bonitos e cobiçados de NY, ela não se preocupa mais em providenciar tudo aquilo que a cruel chefe lhe exigia e sim em administrar sua nova revista especializada em registrar os mais glamourosos casamentos, The Plunge. Junto com Emily, sua ex-colega da Runway, os negócios estão de vento em popa e a revista só cresce. Mas quando tudo parece estar em ordem, um fantasma do passado (ou seria um diabo?) aparece para assombrá-la novamente.


Diferentemente do volume anterior, "A vingança veste Prada" é narrado em terceira pessoa e tem foco total na protagonista e em seus dilemas. O livro nos traz a continuação de um dos mais aclamados best-sellers do New York Times, publicado em mais de trinta países, mas não traz a história maravilhosa que os fãs esperam. Boa, mas não maravilhosa!


A maioria das mulheres vai simpatizar com Andrea bem mais que no livro anterior. Ela parece mais humana e menos submissa e lesada, bem mais forte como esperávamos. Já a famosa e chiquérrima "diaba", Miranda... sua aparição é bem pequena. E como toda vilã, esperávamos mais maldades, que não chegaram nem no final. Os personagens secundários dão uma ajuda apimentando um pouco mais as relações e mostrando problemas, dilemas e soluções práticas, típicas da nova Andrea.

Ou seja... poderia ter sido melhor, mas não é uma perda de tempo! Serve, e muito bem, para ajudar a relaxar nas férias e distrair da vida. Aconselho para aquelas que gostaram do primeiro livro/filme e simpatizaram desde o inicio com Andrea. Um bom passatempo. 

Nota final: ***(3 estrelas)


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Vá... mas deixe as lembranças!

Você foi embora sem nem ao menos olhar para trás. Sem se despedir ou me mostrar o porquê.
Você deixou não apenas a lembrança. Isso seria pouco. O que ficou foi o seu cheiro, o seu toque e principalmente esse vazio que, só depois eu percebi, era a falta. Essa ficou forte e parece que não me larga mais.

A cama, se você quer saber, ficou da maneira que não deveria ter ficado: bagunçada e vazia. As histórias e fotografias agora não serão mais repletas de sorrisos e abraços. As paisagens ainda estão lá, nós é que não estamos para apreciá-las.

A vida passa, a dor da sua perda também...
Isso eu já sei, todos me dizem. Aquela velha história do tempo e sua cura.

Mas e a lembrança? Essa fica não é? Diz que sim!
Afinal se não posso ter você...que eu possa ter apenas um pouco da marca que você deixou em mim.


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Letícia

Ela vê a vida em preto e branco. Fica largada a esmo, sem rumo ou objetivo. Ao mesmo tempo em que quer se libertar e ser jovem, se prende. Ela quer se mostrar e dizer que é daquele jeito, independente de quem goste. Ela tem quem goste. Não liga para as cobranças da família, ou melhor, finge que elas não existem. Essas são as que mais a atordoam. Não a família mais próxima, mas aquela, que está sempre ali pra cobrar, pelas costas ou pela frente. Ela cansou de ser comparada, e a cada encontro se deparar com uma alfinetada. Ao contrário do significado de seu nome, não vive em alegria plena. Oscila entre dias de muita felicidade e de depressão.


Texto de Juliana Granato

sábado, 7 de dezembro de 2013

DC: Teatro para Todos

O Dica Cultural de hoje não traz um espetáculo, um bom filme ou uma dica de livro para o final de semana. O EscritAleatória traz algo ainda melhor: desconto!

A campanha Teatro para Todos chega ao seu 11 edição consecutiva. Esse ano serão 52 espetáculos e 73 mil ingressos com preços populares. Isso quer dizer, de R$ 5,00 a R$ 35,00. E o melhor?! Espetáculos como "Cazuza- Pro Dia Nascer Feliz", "Elis- a Musical" e o concorrido "Incêndios", com Marieta Severo, estão na programação.

“11 anos e cada vez mais a campanha da APTR se caracteriza como um dos principais calendários culturais do Rio de Janeiro. Tanto os produtores quanto o público esperam ansiosos a chegada do Teatro Para Todos, que acaba sendo o Papai Noel teatral. É muito bom saber que a campanha Teatro para Todos conquistou a credibilidade do cidadão e dos artistas cariocas”, diz Eduardo Barata presidente da Associação dos Produtores de Teatro.

As bilheterias estão situadas nos principais pontos do metrô: Carioca, Cinelândia, Siqueira Campos e Saens Peña. As vendas começam às 8h e acabam às. 20h. As vendas também podem ser feitas pelo telefone ou pela internet! Mas corra porque os ingressos estão acabando muito rápido. A campanha fica até o dia 22 de dezembro.

Mas preste atenção: para não ter venda de cambista ou monopólio de ingressos, a coordenação da campanha disponibiliza apenas 4 ingressos por Cpf e apenas na semana do espetáculo!

Para mais informações: http://www.teatroparatodos.com.br/




quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Resenha: O tempo entre costuras

Antes de começar a resenha, acho importante deixar algo bem claro: gosto, e muito, de romances! Não daqueles mal escritos com personagens rasos (não vamos citar nomes para não criar discórdia). Aqui você vai encontrar pequenas resenhas, afinal, não quero contar todo o livro porque perde a graça. Gosto de romances, daqueles que envolvem a gente da sinopse ao ponto final. Daqueles que vão, pouco a pouco, desvendando os personagens, suas histórias e angústias. Gosto de suspense, misturado com beijos e fugas. E principalmente, não gosto de livros "modinha", aqueles que todo mundo já leu e já comentou!

Agora que você já me conhece... podemos começar!

Escolhi um dos meus livros preferidos, daqueles que você recomenda para todos os amigos, familiares e até desconhecidos. "O tempo entre costuras", da espanhola e doutora em letras Maria Dueñas merece ser lido e relido. 

Com um texto ágil, com muitos momentos tensos e bem escrito, o livro envolve você em uma trama sem igual. Digo isso pois queria ler em qualquer lugar, em casa, no ônibus, na academia, na praia... Contado na primeira pessoa, você passa a conhecer, desde as primeiras linhas,Sira Quiroga, uma espanhola que desiste de viver em Madri em busca de uma vida mais dinâmica e diferente da de costureira que tinha com sua mãe. Essa parte do livro é para ser deliciada, pois a autora conseguiu captar muito bem a atmosfera das ruas madrilenhas, afinal ela é de lá! Após essa decisão, Sira sai em busca de uma nova história de amor em Marrocos com um homem que conhece a pouco tempo. Ramiro é um homem aventureiro e mau-caráter que quer apenas glamour e, é claro, o dinheiro de Sira. Após ser abandonada, Sira se vê perdida e com todas as dividas de Marrocos sobre seus ombros. Mas você pensa que ela ficou chorando, tipo mocinha de filme da década de 40? Não mesmo! E isso é o que eu mais gosto da história. Sira não só da a volta por cima, como o faz, com muita classe. Dividido em quatro partes, o livro mostra o amadurecimento e as reviravoltas da protagonista ao longo dos anos e dos lugares que frequentou. 

Um dos pontos altos do livro é o fato da autora passear pela história mundial, afinal, poucos meses antes da Guerra Civil Espanhola eclodir, ela escapa para o Marrocos. E quando se vê abandonada no país, recebe a notícia do começo da Segunda Guerra Mundial. Sem pensar muito, Sira mergulha de corpo e alma em um novo mundo, repleto de espiões, impostores e fugitivos.

Em 2009, Maria Dueñas entrou para o mundo da literatura com o romance que se converteu no grande sucesso editorial dos últimos anos. As vendas superam um milhão de exemplares. Seus direitos foram cedidos para traduções a mais de vinte e cinco línguas e vai virar um romance na tv (veja o vídeo)

Ficou curioso?! Então corre pra livraria! Vale muito a pena!!

Nota final: ***** (5 estrelas)

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Uma vingança desigual

Pensei em escrever sobre outros assuntos diversos que perpetuam minha mente, mas não consegui resistir e tive que colocar em palavras os meus ideais sobre aplicativos como o Lulu/Tubby.

Como diria a minha querida avó, vamos começar do começo!

A primeira pergunta que quero fazer, desde que soube dessas "novidades", é: Quem disse para essas pessoas que criaram os aplicativos que elas são originais? Desde que o mundo é mundo, as mulheres fazem reuniões em bares e restaurantes para comentar da vida, incluindo é claro, o papo sobre os homens. Assim como os "machos de plantão" falam das pernas da secretária, da mulher da night ou da irmã gata do amigo. Esses aplicativos não trazem NADA de novo! Logo não vejo porque a euforia sobre o assunto. Mas o assunto não morreu em algumas semanas, como o esperado. Pelo contrário, ele continua perpetuando as redes sociais e os sites de notícia.  Então vamos ao que interessa!

Originalidades à parte, o objetivo desse texto é deixar uma coisa bem clara: O Tubby não é uma vingança masculina do Lulu! Ou então essa balança de igualdade está bem desregulada! 

O Tubby nada mais é que uma visão machista, que sempre classificou as mulheres como objetos sexuais, em forma de aplicativo tecnológico. Diferente do Lulu, que classifica os homens de acordo com vários aspectos, como educação, humor, ambição e primeiro beijo, o Tubby resolveu simplificar e avaliar as mulheres sob um único aspecto: o sexo. Desde quando dizer que um homem é mimado pela mãe é o mesmo de espalhar para todo o Facebook que a mulher, como o aplicativo mesmo promete, #engoletudo.

(Coloquei a foto do filme "E aí...comeu?" porque me passa exatamente essa ideia. Um filme onde os homens sentam no bar para falar de mulheres, claro que sob o olhar sexual, como um Tubby ao vivo no buteco!)

As feministas de plantão devem estar enlouquecidas, e com toda razão! Durante anos, lutaram por igualdade, por uma visão real da mulher e agora recebem em troca um aplicativo que não se importa com nenhum requisito além do sexo. E não estamos falando do sexo engraçadinho, romântico ou divertido, como #aparadinho, #safadonamedidacerta, mas sim do sexo escrachado, com o #curtetapas.

Não sabe como funciona o Lulu: confere esse infográfico do site dos comunicadores!

E a minha defesa não é sem fundamento. De acordo com o texto do Felipe Pacheco (que coloquei no final da matéria): "Existe até uma política do Lulu de, em coisas relacionadas ao sexo, ele fala bem, mas não fala mal. Tanto que #TrêsPernas existe e o #NãoFazNemCócegas já saiu na última revisão porque viram que não tinha a cara do aplicativo." Ou seja, quando o Lulu fala de sexo ele apenas deixa o homem mais orgulhoso do tamanho do seu pênis ou de como ele é bom de cama. Se o Tubby tivesse essa política até acho que algumas mulheres gostariam de saber como são na cama, mas não. O aplicativo masculino classifica o sexo da maneira mais escrachada e possível, dando hashtagas boas e ruins.


Continuo sendo oldschool, do tempo da vovó ou o que seja. Para mim, sexo bom é aquele feito entre quatro paredes, não com todo o seu Facebook. Quem precisa saber o que se passa na hora é apenas você e o seu parceiro(a). Vamos parar com esse vício das redes sociais e deixar pelo menos o sexo fora disso!

Deixo aqui um texto maravilhoso do Felipe Pacheco, publicado no Blogueiras Feministas, que reforça a minha visão. Vale a pena a leitura: http://revistaforum.com.br/blog/2013/12/esse-texto-nao-e-sobre-o-lulu-e-o-tubby/


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Felicitá

Felicidade cada um sabe da sua. Felicidade é viajar várias vezes ao ano para fora do Brasil, ser um mega empresário, colocar os filhos nas melhores escolas e depois os netos. É morar em apartamentos de luxo e ter aquela casa de praia. É frequentar as festas da alta sociedade e sair em coluna social.

Felicidade maior é ser herdeiro disso tudo. Felicidade plena é descobrir que nada disso foi algum dia felicidade e resolver abandonar tudo. É ter vontade de alcançar tudo com suas próprias pernas, com seu próprio suor. Felicidade é ter que suportar a dor, enfrentar os medos.

Freud já dizia que a felicidade mesmo é impossível de ser alcançada. Vivemos nossa vida em busca dela, somos movidos por isso, embora nossa busca seja fadada ao fracasso. O mundo real não satisfaz todos os nossos desejos. Mas enquanto isso, vamos vivendo com a nossa felicidade parcial.

Texto de Juliana Granato