segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Atordoado

Uma via expressa onde carros passavam em alta velocidade, um por cima do outro, buzinando infinitamente. Assim era sua cabeça naquele momento. Estava no meio de uma encruzilhada com várias opções de seguir. Qual seria a entrada correta? E se não pudesse voltar atrás para refazer o caminho? As escolhas nunca foram o seu forte, e de uns tempos pra cá isso só estava piorando.
Agora ele tinha que tomar muitas decisões e, por consequência, fazer renuncias. Ele sempre soubera lidar bem com sua realidade, mas haviam lhe tirado o chão e, de repente, não suportava não conseguir seus objetivos, mesmo que ínfimos.

Se perguntava o tempo todo o que acontecia e buscava explicações exteriores para seus problemas. Estava vivendo o processo contrário, indo contra a corrente. Envelhecia com atitudes infantis. Atitudes adolescentes tomavam conta do seu ser e ele sabia disso, mas, novamente, não sabia lidar. Talvez tivesse sido maduro demais em momentos que não foram tão necessários.

Depois de tantas conversas, já sabia exatamente o que fazer, mas o medo lhe consumia e estava o dominando.

Agora ele precisava buscar a coragem nos confins do seu interior e trazê-la à tona. Ele se cobrava e o mundo a cobrava. Cada pedaço seu já estava sendo apagado. Estava decidido que iria pegar o impulso para enfrentar a vida: só precisava começar.



Texto de Juliana Granato


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