domingo, 10 de novembro de 2013

DC: O Mordomo da Casa Branca

Depois de algumas semana somando ao meu repertório apenas filmes fracos e sem conteúdo, resolvi aproveitar o ingresso que ganhei para assistir o longa "O Mordomo da Casa Branca". Sem nenhum espanto, percebi que o filme não estava em cartaz nas salas convencionais de cinema, apenas nas Delux, ou em cinemas mais "cults" como os da rede Estação ou Kinoplex. Sem problemas! Depois de ler as críticas achei que valeria a pena dar uma conferida. E só digo isso: Vale muito a pena!

Com um enredo bem amarrado, personagens com uma certa complexidade e um ambiente pouco abordado nos filmes e seriados, o longa conseguiu falar de assuntos polêmicos como o preconceito contra os negros nos EUA na década de 40, o alcoolismo ligado a depressão, a luta armada dos movimentos como os Panteras Negras, e a relação desgastada e frágil do trabalho-lar.

Baseado livremente em uma história real, o filme acompanha o personagem Cecil Gaines, vivido por Forest Whitaker, desde sua infância em uma fazenda de algodão até seu serviço de mordomo da Casa Branca. Cecil serviu sete presidentes americanos, desde Eisenhower (1953-61) a Reagan (1981-89), durante três décadas.

Com um começo chocante, o filme mostra para o que veio. Através do personagem e de sua história de preconceitos e submissão, "O Mordomo da Casa Branca" retrata como o modo de viver e os ensinamentos que recebemos quando criança, moldam os nossos atos e pensamentos.

Após a morte de seu pai, ainda menino, Cecil é levado para a casa dos brancos da fazenda de algodão e é ensinado a ser um "negro do lar". Depois de um tempo, resolve sair da fazenda e viver sua vida. Os ensinamentos foram úteis para que ele trabalhasse em pensões, hotéis e estabelecimentos, até chegar a Casa Branca. Acostumado desde sempre a servir, se calar e apenas obedecer, Cecil não consegue nem ao menos lidar com o filho mais velho que busca algo diferente. Com cenas fortes e intercaladas, o diretor Lee Daniels, responsável pelo filme "Preciosa" (2009), construiu maravilhosamente bem a duplicidade do filme: de um lado um homem submisso, que escuta piadas racistas, planos presidenciais contra os negros e se cala; e de outro, o seu filho entrando na luta pelos direitos civis dos negros.

O diretor contou com um elenco de peso, porém, focado apenas na família principal, explorou pouco nomes como Robin Williams, no papel de Eisenhower, John Cusack como Richard Nixon e Jane Fonda como Nancy Reagan.

Mas tirando esse pequeno aspecto, o filme arrancou elogios das críticas com louvor! Ainda mais quando, em meio a vários diálogos e pensamentos do personagem, o longa mostra que, muitas vezes, nos preocupamos com causas humanitárias em outros países, quando nosso próprio povo passa por descriminações sociais e raciais e até mesmo tipos de escravidão! "O Mordomo da Casa Branca" é, definitivamente, um ótimo filme para se emocionar e refletir!




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