sábado, 9 de outubro de 2010

Filmes, cultura...

Sem paciência para ler os livros e textos necessários para a faculdade, resolvi revirar a pilha de livros que estavam na minha prateleira e encontrar algo bom e principalmente interessante para ler.

Encontrei então um livro chamado "O Clube do filme". Já tinha lido sobre ele na revista Veja fazia um tempo e achei muito interessante a historia contada através dele. Um pai resolve educar seu filho adolescente de uma maneira diferente e para muitos, estranha e insensata. Permite que o mesmo saia da escola, não trabalhe e que possa curtir a vida, mas com algumas condições: que fique longe das drogas e que visse pelo menos três filmes por semana que ele escolheria. Loucura? Sinceramente não sei.

Ao ler o livro comecei a refletir um pouco sobre tipos de educação, sobre a proposta tentadora de parar de estudar (até porque a quantidade de coisas para a faculdade me desanimam) e principalmente, sobre os filmes citados no livro. Alguns ainda não fazem parte da minha coletânea, mas sem dúvida deveriam fazer.

Acho que por mais monótonas que sejam as minhas aulas de cinema, algo deve ter sido incorporado, pois me sinto saturada de filme banais que estão presentes na programação das salas de cinema. Comédias sem graça, com piadas sem sentido;  mulheres que lutam loucamente e atiram em tudo e em todos; agentes secretos trabalhando disfarçados em alguma organização; adolescentes que cantam, dançam, interpretam e é claro que têm cara de galãs mirins ; musicais da Disney onde tudo parece forçado e industrializado e como não podiam faltar, as comédias românticas onde tudo fica péssimo no meio e maravilhoso no final, uma simples adaptação dos contos de fadas que  conhecemos quando eramos crianças, para as telas.

Onde estão os filmes cults? Não aqueles mudos, preto e branco, que falam sobre o expressionismo alemão ou o movimento soviético. Não sejamos tão radicais, porque esses nem depois de uma aula de cinema eu consigo entender e gostar. Mas aqueles que falam sobre relacionamentos sinceros; sobre dificuldades; sobre diferenças raciais e culturais; sobre grandes guerras e grandes vitórias; sobre artes; sobre ideologias e principalmente sobre assuntos que acrescentem algo a população. Não me sinto bem gastando dinheiro e saindo com a mesma carência de quando entrei. Carência de cultura, de informação, de algo que me faça rir, chorar, pensar na vida.

Como disse um amigo meu em uma apresentação sobre o cinema na faculdade:, ele precisa trazer algo mais para as pessoas, elas precisam sair se sentindo diferentes, como se algo dentro delas fosse modificado; citando Nelson Rodrigues, deve ser como um tapa, um choque para elas acordarem para a realidade.

E é exatamente isso que eu penso que deve ser feito, os cineastas, e principalmente os produtores, precisam sair do comercial, parar de produzir filmes como um produto em massa e começar a produzir o real papel do cinema, produzir arte.

Creio que esse livro foi como um tapa para mim, me fez pensar que esse tipo de educação foi possível porque os filmes escolhidos mostravam assuntos reais e interessantes: drogas; amor; sexo; violência; familia, música; erros e é claro, vitórias. Foi possível porque os filmes não eram comerciais e sim culturais.

2 comentários:

  1. aodrei o txto bianca e quando vc disse dos padroes lembrei do wooddy allem e como ele retrata a vida cotidiana de forma magica!
    quem viu sabe tamto é que em filmes como vicky cristina barcelona vc fica com um gostinho de que aquee filme nao acabou, de que o filme ainda continua com nossas vidas!
    ahhh e vc começou a ler este livro só depois que eu comprei heim hahahahaha beijos
    até as nossas festascinemas para assistir toda a filmografia!
    beijos

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  2. Adorei o conteúdo do texto ! Pura verdade ;D

    beijo Ju

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