terça-feira, 3 de setembro de 2013

Contra o fingimento e a favor da originalidade

Durante muito tempo venho formulando a seguinte tese: tudo que vem seguido do verbo fingir não pode ser considerado grande coisa! Você deve estar pensando... só isso?! Sim, esse pensamento básico pode muito bem resolver conflitos entre amigos e até fortalecer algumas relações amorosas. Mas principalmente, esse pensamento, de perceber em pequenas frases e discursos o fingimento intrínseco, pode acabar com o surgimento irritante de pseudo-intelectuais, pseudo-fashionistas e pseudo-formadoras de opinião.

Atualmente vivemos de um fingimento submerso, indireto e crescente. Somos metade nós mesmos e metade o que queremos passar para o outro. Digo nós porque me incluo nessa juventude que, antes de comer um belo prato de massa, tira uma foto para o Instagram. Sei que não é algo bom, e às vezes me envergonho de estar em um lugar mais preocupada em postar fotos e ter 'likes' do que em aproveitar.

Porém, esse fingimento não é culpa das redes sociais, elas apenas trouxeram à tona algo que estava quieto no canto. Afinal, quem nunca fingiu entender de um assunto só pra não ficar de fora de uma conversa?! Quem nunca fingiu ser amiga daquela menina famosinha pra ter status? Quem nunca comprou um vestido caro só para fingir que tem dinheiro e entende de moda?

Mas o problema vai além do fingir pessoal. A grande questão é quando isso começa a afetar as pessoas que estão ao seu redor. Quem foi que decretou no 'tribunal da chatice' que gostar de coisas populares é ruim e ser 'cult' é legal?! Quem foi que inventou que você sabe mais que os outros reles mortais só porque fingiu que entendeu o livro do Freud ou aquele filme iraniano em preto e branco. Quem te disse que o cool é postar frases no Facebook com palavras difíceis, que você teve que buscar no dicionário ou no Google, só para fingir que você tem uma opinião.

Quem finge não vive! É isso e ponto final! Se você gosta do som da Mc Anitta, assiste semanalmente filmes americanos de romance e se diverte lendo revistas de moda, aproveita e esquece os outros! Você não vai ser menos inteligente, nem menos interessante, que aquela menina que finge entender de política e economia, digo isso porque são poucas as que realmente entendem. Você pode até se sentir menor aos olhos daqueles que se acham superiores e evoluídos, mas não é verdade, sabe por quê? Superioridade é outro tipo de fingimento que não merece muita atenção.

Se você finge que é inteligente, você não é nem um pouco. Se você finge que é feliz, você no máximo tem uma alegria raquítica. Se você finge que ama alguém, então você não ama, e aí está mascarado outro tipo de fingimento que deve ser abolido pois só serve de base para relacionamentos superficiais que duram pouco.


A verdade pode não parecer a melhor opção agora, mas definitivamente, a longo prazo, você vai olhar para trás e ver que aquela das fotografias era realmente você; e não uma sósia pseudo-qualquer coisa que você colocou para viver sua vida. E isso vai te fazer feliz! Até porque ser original é muito mais interessante do que viver de fingimentos seguindo a opinião alheia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário