quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O smartphone e a paquera virtual

Hoje percebi como a minha avó se sentiu quando, em uma bela manhã de domingo, eu contei pra ela que eu não pretendia me casar antes dos 25 anos. Ultrapassada, antiquada, velha?! Acho que todas as palavras definem como fiquei quando finalmente entendi a lógica de aplicativos para smartphones que ajudam em relacionamentos. Não digo SMS, nem o famoso WhatsApp; esses dois são mais ou menos como uma bela atualização da antiga correspondência por cartas. Digo aplicativos como um tal de "Tinder", mais ou menos como o Bate-papo UOL da nossa adolescência. Aquele que todos sacaneavam e chamavam de ridículo quem tinha a coragem de dizer que usava! Naquela época, quem era bom na paquera não usava essas artimanhas, se garantia com bilhetes, cantadas e papo ao vivo. Mas agora os mesmos meninos se inscrevem em um aplicativo onde você encontra e "curte" pessoas e se elas "curtirem" de volta vocês começam a conversar.


Sei que posso parecer tão romântica e nostálgica quanto a minha avó, ao me contar sobre sua época de paqueras e saias até o joelho, mas eu ainda gosto de um olhar discreto no bar, um sorriso de canto de boca na rua e até mesmo umas palavras no ouvido, meio ditas, meio sussurradas. Onde foi parar o antigo?! Na época dos smartphones até mesmo a paquera e o frio na barriga ficaram para trás.


Não interessa se, de acordo com os padrões, a menina é bonita ou feia. Ou o menino é gordinho ou sarado. Todos possuem algo para mostrar e consequentemente, para conquistar alguém! Será que as pessoas estão com a autoestima tão baixa que precisam se esconder atrás de um celular? Será que elas precisam fingir ser o que não são para serem interessantes?! Esse marketing pessoal é mais ou menos como escrever perfil de site de relacionamento: todo mundo lê filosofia, gosta de animais e é bonito. Mas quem ali realmente é assim?! Nesse mundo da paquera virtual (Tinder, bate papo e sites de relacionamento), o que é real?! Se você está curioso para saber só lhe resta marcar um encontro ao vivo. E nesse caso, aplicativo nenhum vai poder te ajudar se a tal pessoa não for realmente interessante. 



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