terça-feira, 20 de agosto de 2013

Parem o mundo! Eu quero descer!

Uma manhã como outra qualquer. O jornal "O Globo" segue publicando que o dólar vai subir ainda mais. O governo põe em prática uma lei que multa os "porcos" que jogam lixo no chão. Ingressos sendo vendidos para a tão esperada Copa do Mundo. Tudo parecia normal. Até perceber que algumas notícias espalhadas tanto nos jornais, quanto no Facebook tinham uma mesma palavra em comum. Aquela palavrinha que todos têm horror de dizer e que juram, de pés juntos, que não são de maneira alguma. Sabe de qual estou falando? Essa mesma. O preconceito.

Uma sociedade que joga lixo no chão, não consegue controlar a economia e nem mesmo realizar um grande evento sem escândalos de superfaturamento, não pode se dizer desenvolvida. Dilma, por favor, pare de dizer aos sete ventos que estamos crescendo e evoluindo como nação se nem ao menos o povo, que faz essa nação, consegue deixar para trás conceitos tão arcaicos.

Um jogador de futebol, ídolo da torcida do Corinthians postou uma foto, no começo da semana, dando um selinho em um amigo. Não estou falando que ele é gay, mas se for também, qual o problema? Os companheiros de time o aplaudiram, afinal vivemos em um mundo onde existem passeatas gays, onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo que se amam é aceito perante a lei, entre outras inúmeras conquistas dos homossexuais. Até então tudo parecia normal e aceito por todos. Ou não. Um grupo de torcedores levantou de seus sofás, digo isso porque pessoas com essa mentalidade não podem ter nada melhor para fazer da vida, e foi até o centro de treinamento com placas contra o ato do jogador. 

Preconceito misturado com machismo!

Não satisfeita em ler essa notícia, resolvi ser um pouco mais masoquista e ver mais babaquices, atrasos e preconceitos em outras matérias. A coreógrafa Deborah Colker diz que vai processar uma companhia aérea brasileira porque um de seus funcionários teria humilhado seu neto de 3 anos. De acordo com a matéria a funcionária disse que não decolaria até que fosse comprovado que a criança não tinha uma doença contagiosa, mesmo depois da mãe explicar que a doença é genética. Não culpo a aeromoça, afinal ela não é obrigada a saber que a doença não é contagiosa. Além disso a mãe deveria andar com algum tipo de atestado, ainda mais em uma viagem. Mas fazer isso na frente de uma criança de 3 anos!

Preconceito misturado com ignorância!

E se isso já é suficientemente constrangedor e até mesmo vergonhoso de se falar, as coisas ficam piores. Uma adolescente sofreu um estupro coletivo. A primeira reação de todos é de susto, misturado com pena e até mesmo com raiva. Certo? Não! Alguns homens tiveram a coragem de, não somente se exporem ao ridículo, mas de ultrapassarem a barreira do humano. Houve comentários como: "Ela estava procurando isso...ninguém mandou frequentar baile funk!" e até mesmo, "Quem sabe ela não toma vergonha na cara e aprende a ocupar o tempo ocioso com alguma coisa que preste...". Tive que reler os comentários umas duas vezes para que minha mente captasse as barbaridades e grosserias ditas ali.

Preconceito misturado com tudo de ruim. Falta de solidariedade, injustiça, ignorância e, principalmente, machismo.

Desde novos sempre fomos educados a diferenciar o certo do errado. Em algumas situações corriqueiras o certo de alguns pode ser o errado de outro e vice-versa. Mas em casos como esses, o errado é errado! Fico desiludida e incrivelmente preocupada com o rumo das coisas. Mulheres são estupradas por serem mulheres. Homens são espancados pela vida sexual que possuem ou desprezados por terem atitudes a favor dos homossexuais. Crianças são humilhadas, mesmo que sejam muito inocentes para saber o significado dessa palavra. Sem contar, é claro, outras inúmeras notícias ruins, tristes e preocupantes. Todo poderoso, me faz um favor?! Para o mundo porque eu quero descer! E para essas pessoas que acham o preconceito algo normal e certo, que se orgulham dos seus pensamentos machistas e mergulham na profunda ignorância, só lhes digo uma coisa: espero que a vida se encarregue de lhes ensinar o que realmente é certo.

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