Pouco acompanhei dos acontecimentos vergonhosos que o nossa população vivenciou essas últimas semanas. Mas hoje ao me deparar com o texto do jornalista e coordenador do site Catraca Livre, Gilberto Dimenstein, no Brasil Post, tive vontade de escrever o mesmo. Alguns vão pensar, de novo esse mesmo assunto! Outros talvez: "não adianta mais, o que foi feito já passou!". E para esses descrentes do mundo eu lhes digo: não é de gente como você que o país precisa. Precisamos de gente de bem, pelo amor de Deus. Gente honesta, que tem caráter e acima de tudo compaixão.
Vendo a notícia do rapaz espancado e acorrentado no Rio, acusado de cometer crimes, apenas pensei: "O que faz de você um justiceiro? Quem te nomeou assim?". Esses meninos devem ter lido muito gibi do Batman quando novos. É a única explicação. Ou melhor, é uma das. O pouco que vi nos telejornais e programas televisivos sobre o menino preso a um poste como um cachorro, me deixou com ânsia de vômito. Um dos tais justiceiros respondeu à pergunta da repórter sobre como seus pais agiriam se soubessem com um simples aceno de cabeça e um "eles acham certo, falaram que bandido tem que ser tratado assim". Então além dos gibis, vemos a causa dessa sociedade podre. Como pais ensinam a seus filhos que o certo é tratar violência com violência? Onde estão os tais dizeres, que estamparam a camiseta dos hippies, músicas de John Lennon e atualmente deveriam sair da boca da nossa juventude engajada: "make love, not war", "peace and love", ou "gentileza gera gentileza".
E ai os descrentes me dizem: "É porque você nunca passou por isso?", ou então "mas o que fazer se a polícia não resolve". Eu já fui assaltada sim! Já me levaram pertences pessoais e tenho medo de andar na rua à noite, ou em determinados lugares desacompanhadas. Às vezes tenho medo da minha própria sombra, mas daí eu prender um homem espancado, nú a um poste? Por acaso voltamos a época da escravidão onde os homens e mulheres que desrespeitavam "as leis" eram açoitados em praça pública.
Homenagem ao cinegrafista Santiago Andrade, de Celso Mathias |
Sem um pingo de compaixão com o próximo, a nossa sociedade vai crescendo, se expandido e infelizmente, apodrecendo os poucos otimistas, solidários e íntegros que restam....
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