quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Resenha: As esganadas

O blog EscritAleatória adverte: é preciso estômago para encarar esse livro.

Com um humor, no mínimo negro, Jô Soares conta a história de um assassino pouco convencional. Sua tara? Matar mulheres gordas. De que maneira? Esganadas com seu próprio pecado, a gula. A trama do livro é bem interessante e bem estudada. A maneira como o serial killer é descrito, suas características físicas e mentais apimentam o livro. Mas o ponto alto, é claro, são os outros personagens. Um delegado carioca ranzinza que não aceita ser mandado; um ajudante de coração enorme mas medroso; um português inteligente, gordinho e sagaz; uma mulher bonita e destemida. A história se desenrola de maneira ágil e divertida. Mas... como nem tudo são flores. Jô peca em alguns detalhes.

Muito bem escrito como é de se esperar de Jô Soares o livro passeia por ruas, modelos e nomes de pessoas que viveram no Brasil na década de 30. Até ai, tudo em ordem! Porém, ele se perde muitas vezes. Como uma criança que quer mostrar que aprendeu a matéria corretamente, Jô Soares perde páginas e páginas explicando partidas de futebol, momentos marcantes da década de 30 e histórias, mesmo que boas, deixam  a desejar. Fora que a descrição das esganadas é pra lá de desnecessária. Os crimes ocorrem, ele começa a narrar como as esganadas foram encontradas e ai começa. Você se sente vendo um filme daqueles de perícia policial. As descrições são over!

De resto, uma boa história. Contada com um humor negro e bem escrito.

Vale a leitura, se você tiver estômago para aguentar as mortes, é claro!

Nota final: *** (3 estrelas)

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