sábado, 11 de dezembro de 2010

O companheiro dessa noite

Passei a noite mudando de atividade em atividade. Primeiro o computador, depois a televisão, um filme, um seriado, um livro, uma música, mas nada me deixava feliz. Às vezes esse sentimento pode ser confortante, as vezes, é apenas... inquietante. Os segundos passavam como minutos, os minutos como horas e as horas como a eternidade. Tudo que eu pensava em fazer, minha companhia me alertava e me fazia pensar duas vezes. Afinal, eu não estava completamente sozinha. Não posso dizer que era agradável ter-lo ao meu lado, mas que ele estava lá eu não podia negar. Sempre ali, sempre me fazendo lembrar de sua existência. Por mais que eu pensasse em outras coisas ele estava lá, olhando para mim e me perguntando. "E agora, o que fazemos?" Não sei. Era a única resposta possível para aquele momento. Na minha mente passavam cenas das quais eu queria estar participando e não estava. Pessoas se divertindo, rindo e conversando. E eu ali, sentada olhando o nada, com o olhar distante e o pensamento mas ainda. 

Toda vez que eu pensava em outra coisa, e conseguia me manter, digamos alegre, mesmo que por segundos, ele me olhava e me lembrava o que estava acontecendo. Sinceramente, depois de muito pensar sobre o que fazer, reclamar por não ter outras companhias, imaginar que seria melhor estar fazendo qualquer outra coisa a estar aqui, resolvi dar um basta nisso tudo.

Abri a porta e pedi que ele se retirasse e que por favor não voltasse tão cedo. Só se fosse extremamente necessário. Em épocas de provas e preocupações. E o vi então ir embora, me despedi do companheiro daquela noite, dei adeus ao Tédio. E espero profundamente que ele não volte mais.

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