domingo, 26 de dezembro de 2010

Heróis

Na infância sonhávamos em ser como os heróis dos filmes e dos desenhos animados. Eles eram homens fortes, corajosos, que salvavam a cidade, que não podia sobreviver sem eles, de terríveis ataques e de mortes indesejadas. Usavam roupas coloridas e diferentes. Estavam sempre prontos e possuíam poderes. Tínhamos, assim, em nossas mentes a admiração e o fascínio por eles.

Essa época ficou para trás e, junto com ela, pensamos que os sonhos e a esperança de um mundo diferente e melhor precisa morrer. Não temos mais tempo para pensar nessas coisas. Porém deveríamos!

O tempo passa, nós envelhecemos e amadurecemos, mas não podemos deixar de mudar a nossa visão do mundo. Os nossos heróis não são mais pessoas com super poderes e que não morrem nunca. Não usam roupas coloridas e capas esvoaçantes. Não necessariamente são fortes, musculosos e terminam com a mocinha indefesa. Mas eles são corajosos, guerreiros e determinados. Buscam até o fim os seus objetivos e, por mais que a cidade possa sobreviver sem eles, ao pensarmos nisso, não conseguimos formular em nossas mentes a possibilidade deles não existirem. Esses são nossos Heróis atuais, pessoas normais que, por algum motivo ou em algum momento de suas vidas, resolveram ser diferente. Resolveram assumir os riscos e as consequências dessa luta, possíveis prisões, chantagens e morte. Resolveram viver  um conceito conhecido na África, chamado "ubuntu", que possui o sentido de que, nós somos humanos somente através da humanidade do outro. 

A vontade de escrever esse texto me veio após ler um livro chamado "O legado de Mandela". E desde a primeira pagina até a ultima linha pude ver nesse homem o herói descrito anteriormente. Um homem que saiu de uma pequena tribo Africana para ser um homem do mundo. Formado em direito, viu que as injustiças não estavam apenas nos casos defendidos e sim ao seu redor. Um país massacrado pelo Apartheid, onde sua raça não tinha direito de falar, nem de pensar, sem ser reprimida. Se envolveu então na luta armada e passou 27 anos preso. Sendo libertado com 72 anos após muita negociação e pressão internacional. Ganhou o premio Nobel em 1993 e foi o primeiro presidente da África do Sul a vencer democraticamente. Quando lemos, mesmo que resumida sua biografia, devemos parar um pouco e perceber como é necessário termos Heróis, termos esperança de um mundo melhor e mais humano. Termos alguém a quem seguir o exemplo e nos orgulhar disso. 

Sei que existem outros Heróis pelo mundo, independente da carreira que seguem, da raça, da nacionalidade, da idade, do sexo, da classe social e da fama. Precisamos esquecer os antigos, aqueles dos quadrinhos e perceber que o mundo precisa e pede por esses novos heróis. E eles sim merecem a nossa admiração e fascínio.

2 comentários:

  1. bia, eu voto em você escrever colunas pra jornais..serio mesmo! haha

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  2. Se aqui tivesse a opção 'curtir', eu curtiria!
    Na ficção tudo é mais fácil, talvez pelo fato das coisas serem bem previsíveis: os heróis vão sempre conseguir nos salvar e estarão sempre preparados para mais. Enquanto isso, os nossos heróis reais, esses sim, têm que ser idolatrados, por terem coragem de enfrentar tudo e todos pela defesa de um ideal, sem saber se terão sucesso ou aceitação. Merecem nossa admiração e respeito, FATO!
    Primeiro comentário como sua seguidora, hahahahaha beijo gata!

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