quarta-feira, 31 de julho de 2013

R.I.P BRAVO!

Se você algum dia já reclamou do salário de um jornalista ou acha que existem poucas vagas disponíveis no mercado, bem vindo ao clube. Se você vai até a banca de jornal e não encontra uma revista especializada no assunto que você quer, bem vindo ao clube. Se você acha que, com o passar dos anos, a situação tende a melhorar, sinto lhe dizer caro leitor, que esse pensamento só é aceito no mundo imaginário do jornalismo.

De acordo com a constituição, a informação é um bem da sociedade, e é direito do cidadão ter total acesso. Um bem que, a partir de hoje, perde uma importante aliada. Não escrevo mais um texto sobre manipulação da mídia, porque até mesmo os revolucionários já estão cansados disso. Venho apenas lamentar o fechamento de mais uma revista. O grupo Abril, conhecido por levar aos leitores revistas semestrais renomadas, anunciou hoje, em nota oficial, o fechamento da revista "Bravo!". Uma revista especializada em cultura, nacional e internacional, popular e cult, atual e histórica. Um produto que trazia em suas páginas assuntos que abordavam desde cinema, teatro, poesia, artes plásticas, até outros assuntos do mundo das artes. E o mais importante, uma revista bem escrita. Com boas e profundas entrevistas e reportagens. Com um design moderno e diferente.

E então você deve estar pensando o mesmo que eu: e agora? Se antes já era difícil saber as novidades do mundo da música, do cinema e do teatro, agora então só nos restam as últimas páginas da "Veja", o Segundo Caderno do jornal "O Globo" e, é claro, os sites. Mas ainda existem os leitores à moda antiga, que gostam de levar no braço a edição do mês, folhear as páginas durante uma viagem de metro ou sentir o gosto de tirar o plástico ao receber em casa a edição de assinante. Bom, para esses leitores, que sofrem da mesma síndrome da leitura antiga que eu, só posso dar os meus pêsames.

O jornalismo, profissão apaixonante para muitos, sofre cada vez mais cortes: de equipe, de salários, de redações, de publicidade e principalmente de verbas. Será que não está na hora de repensar o conceito do jornalismo? De dar mais valor ao conteúdo que chega em nossas casas? Quantas notícias como essa ainda precisam aparecer para que a sociedade perceba o problema iminente que a falta de emprego pode causar?



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