terça-feira, 2 de novembro de 2010

Diferentes formas de amar...

Durante esse feriado, parei durante 2 horas para ver um filme que eu estava para assistir a algumas semanas. "Tudo pode dar certo", o filme do cineasta Woody Allen, é realmente um filme sensacional ! (Trailer do filme "Tudo pode dar certo"). Depois de Vicky, Christina, Barcelona só poderíamos esperar uma temática cotidiana e natural, porém profunda. Como já diz o nome, o mesmo conta a historia de situações vividas por personagens diversos, que por mais que mudem, podem dar certo no final. Mas algo nesse filme me pareceu saltar do roteiro. Um tema muito abordado por cineastas, roteiristas e diretores famosos, mas que, apenas com a genialidade de Woody Allen, foi possível entende-lo melhor.


O tema? Diferentes formas de amar. 

O personagem principal, Boris, não acreditava no amor e era adepto a uma filosofia: como tudo sempre acaba, muitas vezes não era importante mudar, nem começar nada. Com um discurso direto, realista e sincero, o protagonista mostra o porquê, muitas vezes, nós não devemos confiar e nem mesmo gostar das pessoas, revelando assim, coisas que todos nós temos vontade de falar ou já pensamos nisso alguma vez.

Com o desenrolar do enredo Boris conhece Melodie, uma menina ingênua, imatura e burra porém sonhadora e cuidadosa. Assim os dois encontram, um no outro, uma forma de se entenderem e se completarem. Ele lhe ensinaria algumas coisas importantes, por mais que ela não entenda, e ela o ensinaria a viver melhor e ser um pouco mais paciente com os outros.

Mas Melodie confunde um amor meio amizade, meio cuidado, meio platônico; com um amor sincero, uma paixão. Ela amava a atenção que ele lhe dava por mais que parecesse que não, amava o fato dele precisar dela mas principalmente amava o fato de Boris ser um gênio, saber falar coisas difíceis e nomes que ela nunca saberia o significado. E é nesse momento que as coisas começam a mudar e a temática aparece ainda mais.

A chegada da mãe de Melodie, uma mulher que possuía uma vida americana tipicamente de filme, casada, com uma filha, e católica ao extremo, promete ser a prova viva de como as pessoas podem mudar, apresentando, é claro,  um "q" de evolução. Ao perceber que sua vida estava ruim, seu marido havia lhe traido e sua filha estava desaparecida, Marietta resolve buscar sua filha, porém a encontra casada com Boris. Como não tem onde morar e seu marido estava com sua melhor amiga, ela resolve ficar e ajudar a filha a se separar daquele homem. E é nesse ponto que Woody Allen, coloca algo especial. Na verdade ela será ajudada. Ao conhecer um amigo de Boris, descobre seu talento para a fotografia e ao conhecer um dono de uma galeria, expõe suas obras. Marietta descobre, além de sua alma de artista, a possibilidade de ser feliz novamente, não com um homem, mas com dois. E os três conseguem viver assim um novo, e diferente tipo de amor.

Mas o enredo não acaba por aí. Afinal, o pai de Melodie estava arrependido e queria sua filha e sua mulher de volta. Queria novamente aquela vida modelo. Ao chegar na casa da filha descobre que sua mulher agora era uma artista e estava feliz em um novo relacionamento. Mas o que realmente o deixa chocado é descobrir que fracassou em suas duas relações por não sentir desejo e atração, nem pela sua ex mulher, nem pela amiga dela. Vai então até um bar e, depois de algumas doses, resolve conversar com um homem que estava ali sozinho bebendo. E então novamente nós, o público, ficamos surpresos. A explicação? Ele não sentia atração por pessoas do sexo oposto. Ou seja, um outro tipo de amor.

E para finalizar Melodie descobre o que realmente sentia por Boris e conhece um outro cara pelo qual ela realmente se apaixona.

O final? Mesmo tendo vontade, eu não vou contar. Até porque o importante não é esse e sim o que Woody Allen quis passar: O amor sempre existe. Ele pode aparecer de formas diferentes, pode ser algo irracional, carnal e intenso, como pode ser algo platônico. Seja com pessoas diferentes ou  em momentos diferentes de nossas vidas. E, por mais loucas que possam parecer, essas formas de amar são e sempre serão, em sua essência, algo bom e com as quais todos deveríamos tentar viver.

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