quinta-feira, 7 de maio de 2015

Geracao Descartável

Era mais um encontro mensal de um grupo de amigas, só mulheres mesmo. No meio do assunto surge: “A Carol vai casar, conheceu o noivo no Tinder” e a outra respondeu: “Ih menina, a Tati também está namorando um homem que conheceu no Kickoff”. Parece que agora é assim, homens e mulheres voltaram no tempo. Na minha concepção, esses aplicativos para encontrar pessoas e possivelmente ter um relacionamento, não passam do bate papo uol da antiga geração. “Loira, 1,65, magra, olhos azuis”, e quando se vê, não é. As pessoas estão cada vez mais escondidas atrás de telas, dentro de seus smartphones. É falta de coragem? Falta de assunto? De conteúdo?

Minhas amigas falam que sou mente aberta e não entendem como não consigo me inserir neste tipo de comportamento, mas não dá. Sou das antigas. Gosto do olho no olho, da conversa, de ouvir a voz, da troca de ideias. Troca. Troca de histórias, experiências, sentimentos, risadas. Coisas que só acontecem quando se está frente a frente. Não consigo me inserir na geração do descarte, do reciclável. De descartar as pessoas tão facilmente. Para a esquerda não quero e para a direita quero. Mas e se eu mudar de ideia depois? Não existe essa chance. Eu acredito que temos de absorver, e aqui não no sentido ruim, tudo que pudermos de cada pessoa que conhecemos. Da onde veio, para onde vai, como, por que? Quanto mais conhecermos, menos ignorantes seremos. E tudo bem se conhecermos alguém que não nos atrai para um relacionamento amoroso, mas qual é o problema de conhecer pessoas? Parece que tudo agora é encontrar “um parceiro momentâneo para sua vida”. Essa geração que hoje tem entre 20 e 25 anos parece não conseguir conhecer pessoas e criar relacionamentos. Não é preciso beijar alguém para haver troca. Troca. A geração do descarte não é capaz de realizar troca.

Não sabe conversar e por isso procura esses aplicativos onde há um bate papo repetitivo e logo já se consegue chegar ao objetivo final. E o que fica são questionamentos sobre o final desta história. E agora, José?


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